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Márcio França garantiu que os leilões de arrendamento de áreas dispostas no Porto de Santos terão continuidade (Crédito: Divulgação)

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Ministro de Portos projeta ações e investimentos para o complexo de Santos

2 de fevereiro de 2023 às 10:21
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Em entrevista exclusiva ao BE News, Márcio França detalha os planos do Ministério para desenvolver o cais paulista

O Porto de Santos comemora hoje 131 anos e se prepara para uma nova fase de expansão, com implantação de novos terminais e investimentos em seus acessos, tanto aquaviários como ferroviários – ações que integram os planos do ministro Márcio França (PSB), no comando do ministério de Portos e Aeroportos. Em entrevista exclusiva ao BE News, ele revelou detalhes sobre como pretende desenvolver o principal complexo marítimo do Brasil.

Desde que foi nomeado, o ministro já citou alguns projetos que considera importantes para o desenvolvimento do cais santista, entre eles a ampliação do calado, acessos e o túnel entre Santos e Guarujá.

Questionado sobre qual seria prioridade, França diz que “estas e outras são prioridades simultâneas”, explicando que na atividade portuária uma ação depende da outra.

“Tudo está interligado. Vejo dessa forma. A modernização dos portos brasileiros deve ser constante, ininterrupta, uma missão de Estado, que neste Governo será exercida com toda responsabilidade que o setor necessita”, afirma.

Em relação à ligação seca entre Santos e Guarujá, Márcio garante que o Governo Federal tem condições de fazer o investimento, desvinculando a obra de um possível processo de privatização do porto.

“A ligação seca, sob o aspecto portuário, eliminará os riscos da convivência diária com uma das mais movimentadas travessias de balsas do mundo. Mas também ajudará no aprimoramento da relação porto-cidades, melhorando a mobilidade regional”, destaca.

O ministro também garantiu que os leilões de arrendamento de áreas dispostas no porto terão continuidade, até mesmo para atender às necessidades naturais de expansão do complexo, principalmente diante dos crescentes recordes de movimentação de cargas e em função do previsto aumento da produção do agronegócio que chegará à região por ferrovias, conforme indicam as projeções do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), documento mais importante para o planejamento portuário.

Mantendo a posição de manter estatal a administração do porto, realizada pela Santos Port Authority (SPA), Márcio ressalta a importância estratégica de assegurar a “soberania e o comando” do órgão, mas estuda a concessão de outros serviços, como a dragagem e a sinalização, com a devida segurança jurídica.

Quanto ao aumento da profundidade do calado portuário, saindo dos atuais 15 metros para 17 metros, o que seria feito em duas etapas segundo a SPA, França afirma esta é “a meta para recebermos os grandes navios, que num futuro breve serão pelo menos 30% da frota mundial. Quem não estiver preparado para esta realidade ficará para trás”.

 

Novo presidente 

O ministro não revelou quem será o novo ou nova presidente da Autoridade Portuária de Santos, mas garantiu que está levando em conta a capacidade técnica e jurídica necessárias para a gestão do órgão, além de “completo comprometimento com o desenvolvimento e a expansão sustentável do Porto de Santos”.

Enquanto não decide, Fernando Biral segue à frente do comando da SPA, reafirmando que para o complexo alcançar a estimada movimentação de 240 milhões de toneladas de produtos por ano até 2040 – a capacidade atual é de 162 milhões de toneladas – leilões precisam acontecer, bem como a ampliação dos acessos ferroviários.

Biral destacou a importância das novas operações previstas com o arrendamento do STS10 e STS53, “essenciais para o desenvolvimento do porto, em função da expectativa de aumento na movimentação de contêineres e granéis minerais nos próximos anos, evitando a formação de gargalos logísticos”.

O presidente salientou ainda o projeto da Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips), cujo contrato foi assinado em dezembro do ano passado, garantindo ampliação da capacidade ferroviária do complexo portuário, que está próxima da saturação.

 

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