O PCS desenvolvido especificamente para o Porto de Santos foi apresentado pelos desenvolvedores do ITS/USP Vidal Zapparoli Melo, José Bellinetti e Anderson Eleutério (Crédito: Divulgação)
Região Sudeste
Implantação do Port Community System avança e pode integrar operações no Porto de Santos
Desenvolvedores fizeram uma demonstração da tecnologia à Secretaria de Negócios Internacionais de SP
Desenvolvedores do Instituto de Tecnologia de Software da Universidade de São Paulo (ITS/USP) fizeram uma demonstração do Port Community System (PCS), tecnologia que permitirá a integração de todos os agentes envolvidos em operações portuárias. A apresentação foi feita à Secretaria de Negócios Internacionais de São Paulo, que quer levar o sistema para o Porto de Santos.
Segundo a secretaria, caso o PCS seja adotado, a economia para todo o ecossistema do Porto de Santos pode chegar a R$ 1 bilhão por ano, além de apresentar benefícios indiretos, como a redução de emissão de gases de efeito estufa.
O Port Community System (PCS) é uma tecnologia que visa ganhar muita eficiência nas operações portuárias, com redução de custos e diminuição de tempo de espera em filas de embarcações e veículos de cargas.
A tecnologia já é utilizada em portos importantes, como os de Valência, na Espanha, Hamburgo, na Alemanha, e Roterdã, na Holanda, esse último o maior do continente europeu.
“Todos os portos dos maiores países do mundo já adotaram o PCS. É um dos nossos papéis incentivar a adoção de sistemas que geram eficiência e reduzem custos em uma das mais importantes portas de exportação e importação do nosso país”, afirmou o secretário Lucas Ferraz.
O PCS integra informações sobre chegadas e partidas de navios, além de cargas importadas e exportadas. Da autoridade portuária até os armadores, despachantes e práticos, todos os stakeholders envolvidos estarão dentro do sistema.
A tecnologia desenvolvida especificamente para o Porto de Santos foi apresentada pelos desenvolvedores do ITS/USP Vidal Zapparoli Melo, José Bellinetti e Anderson Eleutério. A iniciativa conta com apoio do Prosperity Fund, fundo de cooperação do Reino Unido.
Segundo a secretaria, em um primeiro momento, apenas o setor privado atuante no porto fará parte do sistema. Em uma segunda fase, será possível integrar os sistemas federais.
Os próximos passos que a Secretaria de Negócios Internacionais deve acompanhar são o modelo de governança mais adequado e o diálogo com os agentes da comunidade portuária de Santos.
A SPA informou, em nota, que em 2019 e 2020 realizou para o projeto Port Community System (PCS), a pedido do então Ministério da Infraestrutura, o mapeamento de vários processos que compõem a entrada, operação e saída de cargas no Porto de Santos.
Entretanto, em 2021, diante de uma revisão da estratégia de atuação junto aos parceiros envolvidos, a iniciativa foi descontinuada, com a SPA deixando de fazer parte do projeto.
Contudo, o material do projeto original pôde ser utilizado em melhorias nos processos críticos, resultando em importantes implementações, como o fim do “corte de infraestrutura”, documento que era necessário para que o agente marítimo não fosse cobrado a cada atracação solicitada e não ocorrida. A mudança ocorreu em 2020 e passou a evitar quase 50 mil lançamentos/ano, que demandavam controle por parte de funcionários da SPA.