Os ministros Márcio França, Waldez Góes e Sonia Guajajara ouviram demandas dos prefeitos da Baixada Santista e do Vale do Ribeira (Foto: Dênio Simões/MIDR)
Região Sudeste
Petrobras interrompe transporte de petróleo para inspeção de duto em São Sebastião
Ministro Márcio França falou sobre o assunto durante reunião com prefeitos da Baixada Santista e Vale do Ribeira
Um duto da Petrobras que transporta petróleo do terminal de São Sebastião até Cubatão teve sua operação interrompida. A ideia é realizar inspeções para detectar possíveis danos causados pelas fortes chuvas que atingiram o litoral norte de São Paulo nos últimos dias. E caso haja algum problema, uma alternativa seria escoar o produto via Porto de Santos.
A informação sobre a chegada de navios da companhia pelo complexo marítimo foi anunciada na sexta-feira (24), em Santos, pelo ministro de Portos, Márcio França, durante um encontro com prefeitos das cidades da Baixada Santista e Vale do Ribeira.
Segundo o ministro, caso não seja detectado nenhum problema com o duto, o serviço será retomado regularmente sem a necessidade da otimização pelo complexo santista. “O porto está preparado para atender essa demanda de grande caráter estratégico para o Brasil”, comentou França.
Desde quinta-feira (23) a Petrobras está realizando inspeções e, por essa razão, o oleoduto OSBAT seguiria preventivamente inoperante até que todas as ações para retomada segura das operações fossem concluídas. Até o momento não foram identificados danos ao duto.
O OSBAT, que liga os terminais de São Sebastião e Cubatão, tem 121 km de extensão e diâmetro de 24 polegadas (60,96 cm).
Demandas para o Governo Federal
A reunião com os prefeitos foi realizada na sede da Santos Port Authority, a Autoridade Portuária que administra o Porto de Santos. A instalação está servindo de base para o Governo Federal acompanhar mais de perto a situação no Litoral Norte.
Na ocasião, os chefes do Executivo municipal apresentaram demandas ao governo para ações emergenciais decorrentes das chuvas que atingiram as regiões durante o Carnaval.
O encontro, intermediado por Márcio França, contou também com as presenças do ministro de Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, da ministra dos Povos Indígenas Sonia Guajajara, e de deputados que representam a Baixada e o Vale na Câmara e na Assembleia Legislativa.
Participaram os prefeitos Rogério Santos (Santos), Raquel Chini (Praia Grande), Válter Suman (Guarujá), Ademário Oliveira (PSDB), Kayo Amado (Podemos), Caio Matheus (Bertioga), Márcio Cabeça (Mongaguá), Tiago Cervantes (Itanhaém) e Luiz Maurício (Peruíbe). Além deles, se fizeram presentes os prefeitos Dinoel Pedroso Rocha (Eldorado), Gilberto Tadashi Matsusue (Juquiá) e Professor Nilton Hirota (Registro), representando o Vale do Ribeira.
As demandas foram apresentadas ao ministro Waldez Góes e posteriormente protocoladas. Sob proposta do deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), será feito um novo encontro daqui a 15 dias com todos os prefeitos e parlamentares das regiões para que seja feito um atendimento direto, com respostas por parte do governo.
“Trouxemos também à mesa a proposta de criação do Grupo Metropolitano de Monitoramento de Áreas de Risco (GMAR). Uma estrutura específica para fiscalização de regiões que se tornam de alto risco quando atingidas por grandes volumes de chuva”, comentou Márcio França.
Waldez, que acompanhou os trabalhos e a chegada do Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico (A140) para auxiliar na ajuda humanitária em São Sebastião, afirmou que a aliança entre os governos locais, estaduais e a União tende a se estreitar em prol de se evitar novas ocorrências.
“Essa é uma dinâmica nova. Com a união dos esforços nós podemos, primeiro, enfrentar melhor os problemas, que, sabemos, continuarão existindo. Nós temos milhares de pessoas vivendo em áreas de risco e, por outro lado, o agravamento na situação das condições climáticas”, comentou.
A região da Baixada Santista viveu cenário semelhante ao de São Sebastião em 2020. Na ocasião, o temporal que começou na noite de 2 de março e se estendeu durante a madrugada do dia 3 causou a morte de 45 pessoas – 34 em Guarujá, oito em Santos e três em São Vicente. Pelo menos três morros tiveram grande quantidade de deslizamentos de terra, que acabaram soterrando moradias e seus moradores.
Durante o Carnaval deste ano, Guarujá sofreu com deslizamentos e pontos de alagamentos, mas, diferentemente de 2020, não houve registro de óbitos.