Márcio França participou do evento de lançamento da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos em BrasíliaCrédito: Divulgação/Sérgio Francês
Nacional
França diz que Gol e Azul aceitam participar do “Voa, Brasil”
Presidente teria reprovado atitude do ministro de Aeroportos de anunciar o programa à imprensa, sem o aval da Casa Civil
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, afirmou que as companhias aéreas Gol e Azul aceitaram participar do programa “Voa Brasil” que vai oferecer passagens aéreas por R$ 200 a funcionários públicos, estudantes e aposentados que tenham renda de até R$ 6.800.
“Elas estão formatando as ideias sobre como elas vão fazer isso, pelo menos duas toparam já: a Gol e a Azul. Tenho certeza que a Latam também vai topar, porque é muito bom”, disse França.
Segundo ele, a ideia do projeto partiu das próprias companhias aéreas. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as empresas, não confirmou a fala do ministro e disse que “está acompanhando a proposta do governo para o plano de passagens aéreas” e tem se colocado à disposição para contribuir.
Em reunião ministerial na manhã de ontem (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção dos ministros para que todas as ideias só sejam anunciadas após passarem pelo crivo da Casa Civil e da equipe econômica do governo.
A bronca de Lula foi após Márcio França anunciar o programa “Voa, Brasil” para a imprensa. Questionado se a advertência foi de fato dirigida a ele, o ministro disse que o presidente “Lula nunca erra, ele está sempre certo”.
França disse isso em conversa com jornalistas, ao chegar para o evento de lançamento da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, ontem à noite, em Brasília. “É uma coisa de tanto impacto positivo que realmente seria bom que a Casa Civil tivesse participado mesmo”, disse em relação à proposta.
Lula não citou nomes durante a sua fala, mas o discurso foi entendido entre interlocutores do Palácio do Planalto como um recado contra o anúncio de França.
“Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo, e só serão transformadas em proposta de governo quando todo mundo souber o que vai ser decidido”, afirmou o presidente.