Renan Filho defendeu que os investimentos recebam um tratamento distinto em relação às despesas recorrentes do governoCrédito: Reprodução/Arko Advice
Nacional
Renan: novo arcabouço fiscal precisa garantir condições para investir
Ministro dos Transportes admite, no entanto, que o Governo Federal precisa hierarquizar as despesas
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), voltou a defender que o novo arcabouço fiscal precisa garantir ao Brasil as condições de investimento. Ele disse que a sustentabilidade fiscal não pode comprometer o investimento, mas admitiu que é necessário hierarquizar as despesas.
“Nessa semana, o ministro (da Economia, Fernando) Haddad deve apresentar o novo arcabouço fiscal. Eu acho que esse é o momento em que, com muita maturidade, a gente precisa discutir um caminho de sustentação para nossa dívida e garantir investimentos para o país. A gente não pode escolher investir, por um lado, sem sustentabilidade fiscal, e por outro, escolher a sustentabilidade fiscal em detrimento do investimento”, disse ele durante o evento Arko Conference, ontem (27), em São Paulo.
Renan Filho já havia defendido o mesmo posicionamento na Comissão de Infraestrutura do Senado no último dia 21. Ele participou de uma audiência pública para explicar os planos da pasta para os próximos dois anos.
O ministro sinalizou que gostaria que os investimentos em infraestrutura fossem fora do teto de gastos. “Não dá para investir sem sustentação, mas na discussão do novo marco fiscal vamos ter que discutir se o que estávamos fazendo estava errado ou não”, disse.
Renan Filho também defendeu o investimento público e privado para a melhoria do transporte. O senador eleito afirmou que o aporte público auxilia na atração de investimentos privados e é necessário o somatório dos dois recursos, visto que o Estado não consegue lidar com todas as despesas.
“Não importa para o cidadão se o investimento é público ou privado. O sujeito que roda por uma rodovia quer a rodovia boa, não importa para o país é somatório dos dois”, declarou.
Teto de investimentos
Para Renan Filho, a PEC da Transição, que abriu espaço para novos recursos no governo, “não pode ser um voo de galinha”, e que os investimentos não podem sofrer “enforcamento” com o teto de gastos.
Segundo o ministro, o teto de gastos se transformou em um teto de investimentos no Brasil. Ele atrelou a âncora fiscal atual à falta de investimento no setor de infraestrutura no país. E defendeu que os investimentos recebam um tratamento distinto em relação às despesas recorrentes do governo.
“Tratando igualitariamente investimento e outras despesas, o Brasil se tornou, ao longo dos últimos anos, em um país com a economia relevante que menos investe no mundo”, disse.
Renan Filho defendeu que o baixo investimento em infraestrutura leva a um sistema de transporte ineficaz, de baixa acessibilidade, de baixa qualidade e insustentável.