Segundo Diego de Paula, no caso da Portonave, os três pilares do ESG, ambiental, social e governança, estão vinculados a certificações voltadas para esses temasCrédito: Antonio Pereira
Norte Export
Avaliações de riscos e questões de reputação são valores agregados ao setor portuário
Gerente jurídico e compliance da Portonave falou sobre a aplicação de princípios ESG na empresa em painel do InfraJur
O segundo painel do InfraJur – Encontro Regional de Direito de Logística, Infraestrutura e Transportes, que abriu a sessão de debates do Fórum Regional Norte Export, realizado ontem (3), em Manaus (AM), teve como tema os fatores ESG e de desenvolvimento sustentável. O gerente jurídico e compliance da Portonave (Porto de Navegantes), Diego de Paula, explicou o porquê de os terminais portuários adotarem o conceito do ESG, sigla que em inglês se refere a boas práticas ambientais, sociais e de governança.
Segundo ele, entre os valores agregados para empresas, em especial os do segmento portuário, estão as avaliações dos riscos e questões reputacionais.
“A aplicação dos princípios do ESG dentro dos terminais portuários permite um melhor conhecimento do detalhe e dos riscos do negócio. Quanto à reputação, é um ganho imediato, que proporciona um relacionamento melhor com a comunidade e com os clientes”, comentou.
O ESG tem três pilares, que são: ambiental, que abrange as ações voltadas ao meio ambiente; social, que se refere à responsabilidade social e ao impacto da empresa na sociedade em que ela está inserida; e governança, que envolve processos, estratégias, diretivas e políticas de gestão das empresas.
No caso da Portonave, terminal portuário privado localizado em Navegantes (SC), esses pilares estão vinculados a certificações voltadas para os fatores ESG.
“Vinculada à questão ambiental está a ISO 14.001, com a qual estamos desde 2012 e é muito desafiadora. A social unimos à ISO 9.001, ou seja, tudo o que for feito deve ter sido procedimentado, em que cumprimos aquilo que foi prometido. Governança fechamos com a ISO 37.001, que é a de anti-suborno. Ela não é comum no Brasil. É, a rigor, a que certifica um sistema que é robusto no combate ao suborno e a corrupção”, disse Diego.
“As certificações antigamente eram um diferencial. Hoje elas deixam de ser um diferencial; são uma necessidade para as companhias. O famoso jeitinho tem deixado a pauta do setor portuário. Estamos ligados ao compliance e à excelência, não só operacional, mas da governança”, completou.
Participaram também do debate Alzira Melo Costa, procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho/AM-RR, e Ataíde Mendes da Silva Filho, sócio da Mendes & Brack Advogados. A mediação foi de Celso Ricardo Peel, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e presidente do Conselho Jurídico do Centro de Estudos do Brasil Export.
Conselho Emérito
Antes do encerramento do painel, Celso Ricardo Peel nomeou o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Evandro Pereira Valadão Lopes para o Conselho Emérito do Conselho Jurídico do Brasil Export.
Em uma cerimônia de posse simbólica, o ministro Evandro foi presenteado com um pin do Conselho do Brasil Export.