Para o governador Wilson Lima, a realização do Norte Export é oportuna para que se discuta a construção de novas vias terrestres no AmazonasCrédito: Antonio Pereira
Norte Export
Governador se compromete a preservar florestas, mas quer mais rodovias
Para Wilson Lima, a narrativa de proteção ambiental tem condenado a população do Amazonas a viver no isolamento
O governador do Amazonas Wilson Lima (União Brasil) afirmou que a União precisa entrar na discussão para a criação de novas rodovias que cortem todo o Estado. Durante sua fala na solenidade de abertura do Fórum Norte Export, realizado em Manaus, Lima reafirmou o compromisso com a preservação das florestas para a construção de modais rodoviários. “Ninguém no planeta está mais interessado em preservar a Amazônia do que nós que moramos aqui”.
Lima disse que a realização do Norte Export é oportuna para que se discuta a construção de novas vias terrestres, uma demanda grande da população e do Governo Estadual.
“A gente não pode deixar que a narrativa de proteção ambiental condene nossa população a viver no isolamento. O evento é muito oportuno para discutir rodovias e rodovias sustentáveis. Tenho conversado com empresários, com o Governo Federal, para que possamos superar esses gargalos, e a BR-319 é um desses. Lembro que muita gente comenta, que essa BR não sai porque existe um interesse do setor portuário de que não saia. O que é uma total falta de informação. A BR é uma atividade complementar, onde a gente tem a possibilidade do desenvolvimento econômico, mas acima de tudo do desenvolvimento social”, comentou.
Wilson Lima citou empreendimentos estrangeiros, onde foram criadas diversas ligações via terrestre, para que o mesmo ocorra em Manaus.
“A Europa abriu mão de suas florestas, os Estados Unidos abriram mão de suas florestas para que fossem criadas interligações, que diminuíram distâncias, e nós não podemos fazer o mesmo com o compromisso de que vamos, sim, preservar”, comentou.
As estradas federais, segundo o governador, são “extremamente primordiais” para o desenvolvimento dos estados, além de fortalecer a conexão direta com os vizinhos. Ele fez menção à BR-174, que é a única via terrestre que liga o estado de Roraima com o restante do Brasil. Não asfaltada, a ligação sofre com pontos de interdição registrados principalmente durante o período chuvoso na região.
“A BR-174 é fundamental para o transporte do gás natural. É uma rodovia fundamental para Manaus, para o transporte de itens que são considerados básicos. A banana, por exemplo, que é consumida na cidade, vem de Boa Vista (capital de Roraima). Agora, neste período de chuvas, é um verdadeiro rali. Há a necessidade de se discutir, encontrar caminhos, para que a gente possa implementar essa infraestrutura e dar condições de logística para o escoamento da produção”.
Zona Franca
O governador Wilson Lima também falou sobre a Zona Franca de Manaus. Segundo ele, o polo industrial representa 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas e é responsável por cerca de 45% da arrecadação.
“O comércio só funciona se o trabalhador estiver empregado na Zona Franca. Hoje, a Zona Franca emprega diretamente 115 mil famílias, e indiretamente 500 mil empregos. O grande desafio de momento é que haja um encontro da indústria com o que temos de potencial no Estado, como gás natural, como mineração, como potássio. Mas, para isso, é preciso infraestrutura portuária, é preciso aeroportos e é preciso, também, estradas”, disse.
Lima disse que a pauta da logística no Amazonas é fundamental e decisiva não só para o próprio Estado, mas para o Brasil.
Segundo dia
A infraestrutura de acessos voltará a ser debatida em um dos painéis do segundo e último dia do fórum, programado para hoje (4), assim como os planos de fortalecimento da Zona Franca de Manaus.
Os temas desses painéis serão Operações logísticas na Região Amazônica – dificuldades, complexidades e soluções; A navegabilidade dos rios Amazonas e Madeira – propostas para melhorias; A Zona Franca de Manaus inserida na reindustrialização do Brasil e a redefinição das cadeias produtivas globais; e Acessos terrestres e hidroviários aos terminais portuários da região Norte.