Jorge Viana deu a polêmica declaração durante o seminário organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, no Centro para a China e GlobalizaçãoCrédito: Reprodução/Instagram/Apex-Brasil
Nacional
Ministro da Agricultura diz que fala de presidente da Apex sobre agro está “corretíssima”
Jorge Viana disse recentemente que a agricultura e a pecuária ocupam áreas provenientes do desmatamento na Amazônia
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, se pronunciou ontem (4) sobre a polêmica declaração dada pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, de que a agricultura e a pecuária ocupam áreas provenientes do desmatamento na Amazônia. E na opinião do ministro, a fala “não tem nada de mais, está corretíssima”.
Ao se manifestar, Fávaro procurou diminuir a repercussão negativa da declaração de Viana, dada em recente viagem à China juntamente com uma comitiva de brasileiros, da qual o ministro também fazia parte. Parlamentares e interessados no setor da agricultura protestaram.
“Só lá na China nós tínhamos 110 empresários do agronegócio, seria muito importante vocês ouvirem esses empresários, ouçam deles que assistiram a fala do Jorge Viana se sentiram atacados ou cutucados”, disse o ministro.
Segundo o chefe da Agricultura, os empresários não se sentiram afetados pela fala de Jorge Viana. Para ele, o problema da declaração é a oposição ao Governo Lula. “Eles ainda estão buscando retórica, estão querendo dividir o agro e desqualificar as ações que o presidente Lula já fez, mas os fatos falam mais que as retóricas”.
Fávaro e Viana falaram em coletiva de imprensa após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Eles foram prestar contas sobre a viagem à China no final do mês de março.
“A viagem foi um sucesso apesar da ausência dele. Prestamos contas e agora estamos preparando a ida dele [presidente] na próxima semana”, disse Fávaro.
Jorge Viana deu essa declaração durante o seminário organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), no Centro para a China e Globalização (CCG).
“Quero dar números bem objetivos. Falei que 84 milhões de hectares foram desmatados. Para que essas áreas estão sendo usadas? 67 milhões de hectares para a pecuária; 6 milhões para agricultura de grãos. E 15 milhões (são) de floresta secundária”, afirmou.
Na ocasião, a afirmação foi rechaçada pela ex-ministra da Agricultura e atual senadora, Tereza Cristina (PL-MS), pela Frente Parlamentar da Agropecuária e pelo presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, João Martins.
Em sua defesa, Jorge Viana disse que é um aliado do agronegócio e ressaltou que a sua fala foi direcionada a defender que nesta gestão o desmatamento ambiental vai diminuir.
“Eu fiz o código florestal, eu sou um técnico da área, vocês não vão encontrar nenhuma palavra minha falando de agronegócio. O problema é que entrou um pouco de ruído, e eu não sei qual é a intenção, mas não tem uma palavra minha, o Ministro (Fávaro) faz discurso mais radical na questão ambiental do que eu”, se defendeu Jorge Viana.