Os debatedores participaram do painel que tratava dos acessos rodoviários e hidroviários aos terminais portuários da região NorteCrédito: Antonio Pereira/Brasil Export
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Problemas de acessos na região Norte já duram 20 anos, diz gerente da Cargill
Sandra da Silva e o presidente da CDP, Henrique Bezerra, falaram sobre o assunto durante painel do Norte Export
Os problemas voltados para a questão de acessos terrestres e hidroviários aos terminais portuários da região Norte foram debatidos em um dos painéis do Norte Export 2023, primeira edição de fóruns regionais do Grupo Brasil Export. Para Sandra da Silva, gerente jurídica da Cargill, a iniciativa privada vai contribuir com o desenvolvimento a partir de futuras concessões e que alguns problemas envolvendo a região já duram 20 anos.
Neste ano, o terminal da Cargill no Porto de Santarém (PA) completa duas décadas de operação. O mesmo vale para o terminal em Porto Velho (RO). E os problemas envolvendo acessos, que já eram discutidos lá atrás, continuam.
“Há uns 20 anos ouvíamos falar que precisávamos da BR-163. Nos últimos anos vimos a BR-163 ir até Miritituba (PA), mas ainda falta uma perna para poder chegar em Santarém. Lá atrás, fomos pioneiros em enxergar o Norte como saída clara, clássica, para alcançar os mercados. Há dez anos vemos esse movimento crescendo, com a iniciativa privada trazendo investimentos, mas os acessos não acompanham”, comentou Sandra.
Para ela, as futuras concessões terão participações ativas da iniciativa privada. “Manter as condições de trafegabilidade que já existem, conceder o que precisa ser concedido, trabalhar na regulação e concessão das hidrovias, pensar na Barra Norte. Isso tudo é o que esperamos que aconteça. Penso que se as concessões vierem — e isso falando de Ferrogrão, das rodovias, dos novos investimentos portuários em área pública —, se colocar na praça, a iniciativa privada não vai se furtar”, analisou.
O diretor-presidente da Companhia Docas do Pará, Eduardo Henrique Pinto Bezerra, reforçou a questão que envolve a BR-163. Segundo ele, há um trecho que possui um gargalo que prejudica o porto público de Santarém, conforme colocado por Sandra.
“Falamos da BR-319, BR-364, mas esquecemos da 230. A concessão da 163 ela vira para Santarém. Esse trecho não está concedido e nós temos um gargalo que atende o porto. A 163 virou para a esquerda, pegando o trecho da 230, e ela não chega em Santarém, onde ela de fato termina. O porto precisa ser contemplado. Se não houvesse interesse privado, teria que haver intervenção do poder público”, analisou.
A Infra SA, do Ministério dos Transportes, fez um mapeamento dos principais problemas a serem resolvidos na região Norte. São eles: concessão da BR-364; recuperação/concessão da BR-163; melhorias e investimentos nos rios Madeira, Amazonas e Negro; e derrocamento do Pedral de Lourenço (PA) e melhorias na navegabilidade do rio Tocantins.