O vazamento de nafta ocorreu devido a um rompimento de um duto subterrâneo que ligava um navio a um terminal do Porto de ParanaguáCrédito: Rodolfo Buhrer/Reuters via Agência Brasil
Região Sul
Bombeiros localizam mais pontos de vazamento de nafta em Paranaguá
Por risco de contaminação, pelo menos seis famílias tiveram de deixar suas casas no município
O 8° Grupamento de Bombeiros de Paranaguá afirmou durante o final de semana que localizou outros seis pontos de ruptura no duto do Terminal Terin, no Porto de Paranaguá. O vazamento de nafta, produto químico derivado do petróleo, ocorreu no último 9 de abril. Em razão do incidente, seis famílias que moram próximas do ponto de vazamento tiveram de deixar suas casas por risco de contaminação e, até o momento, não tem previsão de retorno.
Segundo informou a corporação, os novos buracos identificados possuem cerca de cinco centímetros de diâmetro. Ainda segundo os bombeiros, alguns dos novos pontos já foram vedados com a utilização de braçadeiras.
Desde a semana passada, foram montadas barreiras de contenção para evitar novos vazamentos. Em comunicado, bombeiros afirmaram que o volume do produto está diminuindo de forma gradativa após as aferições e ações de limpeza nos pontos de derramamento.
Estão sendo mantidas análises a cada duas horas nos bueiros e galerias para aferir os limites de explosividade.
Incidente
O vazamento de nafta ocorreu durante uma operação de descarga do navio Stolt Sisto. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros local, o incidente ocorreu devido a um rompimento de um duto subterrâneo que liga o navio ao terminal Terin.
Segundo as autoridades, o produto químico acabou se espalhando rapidamente pela via pública e também pelas galerias pluviais. Segundo os bombeiros, foi identificada uma atmosfera explosiva na região.
As atividades portuárias no Terminal Terin seguem suspensas desde os primeiros registros do vazamento. A operação de navios no Píer Público de Granéis Líquidos voltou a estar liberada dois dias depois, 11 de abril, após ter sido paralisada na segunda-feira, ainda por reflexo do vazamento.
Investigação
No dia 13 de abril, a Polícia Federal (PF) deu início à Operação Águas Carijó, que investiga o vazamento de nafta ocorrido no terminal da Terin.
Foi cumprido um mandado de busca e apreensão no navio responsável pelo transporte e bombeamento do produto químico que vazou em grande quantidade. A Polícia Federal afirmou que coletou documentos e informações que ajudarão a reconstituir e compreender o evento. Com isso, juntamente com outros dados dentro da investigação, busca-se saber se ocorreu algum tipo de ação criminosa ou negligência que tenha sido responsável pelo incidente.
A 23ª Vara Federal de Curitiba autorizou a atuação da PF para que a corporação tenha acesso a todos os tipos de documentações e informações relacionados ao incidente.
A Justiça Federal atendeu ao pedido do Ministério Público Federal (MPF) após a negativa de representantes do navio Stolt Sisto de entregarem documentações sobre a embarcação e a operação no terminal da Terin.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que também faz parte da Operação Águas Carijó, informou que a Terin comunicou o acidente ambiental via Sistema Nacional de Emergências Ambientais (Siema) imediatamente após o ocorrido, conforme condicionante ambiental 1.4 da Licença de Operação (LO) nº 1217/2014.
Segundo o Ibama, em 30 dias a empresa deverá reportar ao órgão licenciador do Estado as medidas adotadas, visto que o licenciamento da concessão foi estadual.