O navio-patrulha Maracanã é capaz de desenvolver até 21 nós de velocidade e atingir um raio de ação de 2.520 milhas náuticas (cerca de 4.650 km)Crédito: Cássio Lyra/BE News
Região Sudeste
Navio Maracanã atraca no Porto de Santos para reforçar segurança marítima
Solenidade no Cais da Marinha marcou a chegada da nova embarcação que vai compor o Comando do 8º Distrito Naval
Atracou ontem (20) no Cais da Capitania dos Portos do Estado de São Paulo (CPSP), órgão vinculado à Marinha do Brasil (MB), o navio-patrulha (Npa) Maracanã, que vai se juntar a outras duas embarcações do estilo Macaé — o Guajará e o Guaporé —, e vai reforçar a Armada quanto à segurança marítima no litoral dos estados de São Paulo e Paraná. A chegada do Maracanã foi marcada por uma solenidade envolvendo militares, fuzileiros navais e demais autoridades.
O navio foi incorporado à Marinha em dezembro de 2022. Ele foi construído totalmente no Brasil e utiliza tecnologia majoritariamente nacional. Segundo a Capitania dos Portos, o Maracanã marca a retomada da construção naval no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, que prevê novas embarcações para os próximos anos. Uma delas, o Mangaratiba, já está em fase de construção e deverá ficar pronta em 2025.
A convite do primeiro comandante do Maracanã, o capitão de corveta Raphael Saidel da Costa, a equipe do BE News que compareceu à solenidade pôde conhecer as instalações modernas e de alta tecnologia do Maracanã.
O navio conta com dormitórios, espaços para lazer e refeições dos militares que compõem a tripulação. O Maracanã conta com 35 tripulantes que colaboraram para a parte final de construção do navio e seu início de navegação em alto-mar.
Um dos diferenciais do navio é o canhão de 40 mm, localizado no convés. O armamento é considerado o mais moderno da Marinha brasileira. O Maracanã possui ainda duas metralhadoras de 20 mm, estrategicamente localizadas nas duas laterais.
Para o comandante Raphael, uma das grandes missões do navio, que agora está subordinado ao Comando do 8º Distrito Naval, é a defesa da Amazônia Azul, através de ações de fiscalização e patrulhamento.
“Para a gente é uma honra fazer parte do comando do Grupamento de Patrulha Naval do Sul-Sudeste, que é uma área que tem muitos recursos. Uma das nossas principais tarefas é fazer a proteção da Amazônia Azul, zona econômica exclusiva nossa. E agora o navio vai poder, a partir de Santos, cumprir essa missão”, disse.
O comandante voltou a destacar algumas das principais características do Maracanã.
“Nosso navio e outros da mesma classe da Marinha são embarcações modernas, desenvolvem alta velocidade que nos favorece na nossa patrulha naval. São embarcações de casco rígido que dão maior segurança para as missões. Canhão do estado da arte, que alcança 12 km no seu raio de ação. Ele vem de um setor de indústria naval pujante, que é a Suécia. Hoje a gente conta com o canhão mais moderno que a Marinha tem. Só o navio-patrulha Maracanã o possui”, comentou o comandante.
Além dos seus serviços de patrulha, o Maracanã estará ativo em relação a ações interagências, onde ocorrem operações em conjunto com a Polícia ou a Receita Federal, para combater, por exemplo, a pesca ilegal e o narcotráfico.
O navio-patrulha é capaz de desenvolver até 21 nós de velocidade e atingir um raio de ação de 2.520 milhas náuticas (cerca de 4.650 km). Ele possui 54 metros de comprimento.
Olhar especial da Marinha
Para o capitão dos Portos de Santos, capitão de mar e guerra Robledo de Lemos Costa e Sá, a chegada do Maracanã é de extrema importância para as ações de patrulha já desenvolvidas no litoral de São Paulo. Além disso, ele afirma que a Marinha tem tido uma atenção especial à região de Santos.
“Com grande alegria e vibração, o Porto de Santos recebe mais um meio operativo da Marinha do Brasil. O navio Maracanã tem uma característica diferenciada em relação à sua condição de armamento, de logística, que empresta uma permanência maior na sua área de patrulha designada. E confere a essa cidade a importância na qual ela se insere no contexto nacional, de ser uma cidade que abriga o maior porto da América Latina. Na minha opinião, Santos é o motor da economia brasileira, de extrema importância. A Marinha percebeu isso e está cada vez mais incrementando sua presença nessa área estratégica do litoral paulista”, disse.