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Estilo BE
Bom humor
“Antes de mais nada fica estabelecido que ninguém vai tirar meu bom humor”
Fernando Sabino
Há alguns mantras que adotamos e que nos acompanham. Essa frase virou um deles. Claro que em determinados dias é quase impossível não deixar a tristeza e a melancolia nos invadir, mas na maior parte das vezes procuro estar alegre e sempre é possível redefinir a rota. Estar ao lado de uma pessoa bem-humorada faz toda diferença na vida pessoal e profissional. Eu não sei contar piadas, difícil rir delas – meus amigos já desistiram – e prefiro passar longe de comédias, mas isso não quer dizer que não tenho bom humor. Gosto de gente que tem boas tiradas e a palavra certa, gosto de quem me faz sorrir e gosto de pensar que a leveza é fundamental.
“Estou em uma ótima fase pessoal e profissional”
Enquanto algumas pessoas relutam em falar com jornalistas e dificilmente se descontraem no primeiro momento, Silvana Alcantara responde a todas as perguntas, é bem-humorada, tem muito conteúdo e faz você querer conversar muito e saber mais sobre sua vida e os desafios que enfrentou.
Começou a trabalhar com 12 anos, quando os pais se divorciaram, separando papel para venda na reciclagem e meio período em uma malharia. “A responsabilidade sempre foi grande, não vivi a minha adolescência. Na rodinha com as amigas as conversas não batiam, enquanto eu estava preocupada em como pagar a conta de luz elas estavam falavam do filme da sessão da tarde. Eu não tive a fase da rebeldia, não dava tempo”.
Na VLI, empresa que integra e conecta portos, ferrovias e terminais, começou em 2010 e é Diretora de Relações Institucionais e Regulatório. A empresa tem sede corporativa m São Paulo e a sede operacional em Belo Horizonte.
Silvana é advogada, com especializações em Logística pela Coppead/UFRJ, Liderança pela Kellog/Northwestern University e Sustentabilidade por Harvard Bussiness School. Atuou em empresas como Vale e America Latina Logística, faz parte Conselhos Nacional e Feminino do Brasil Export e é membro da Comissão de Sustentabilidade da Auren Energia.
Nasceu em São Paulo, onde morou por anos, e a opção inicial de carreira foi Engenharia Química. Nos primeiros seis meses percebeu que não estava feliz rodeada de cálculos. Prestou vestibular para Direito e se apaixonou: “Eu sempre fui CDF, trabalhava durante o dia para ajudar em casa e pagar meus estudos. Chegava na faculdade cansada, mas estudava muito e todos os amigos queriam tirar xerox do meu caderno de anotações das aulas”.
Aceitou o convite para ser assistente do professor de Direito Penal, e pretendia prestar concurso do Ministério Público, foi estagiária do Banco Nacional, mas um ano depois, em 1999, veio o convite para ser gerente de uma área na ALL (América Latina Logística) em Curitiba, proposta economicamente melhor e com boas possibilidades para o futuro: “Eu me identifiquei com carreira de executiva, não voltei mais ao Direito. Quando comecei não existia o Direito Regulatório, era a época das primeiras privatizações, nem o Governo e nem a iniciativa privada sabiam como agir. Foi um tempo de aprendizado para criar fiscalização, regulamentos, as empresas tentavam ganhar eficiência e escala”.
Quando engravidou em 2003, o marido carioca voltou para o Rio de Janeiro e ela foi chamada para trabalhar na Vale, época em que a logística de minério de ferro e de terceiros era feita na empresa. Lembra que chegou para a entrevista no final da gravidez, com 32 quilos a mais, vestido solto e uma rasteirinha tamanho maior. “Eu parecia um ET andando naquele ambiente corporativo. Estava tão ansiosa para trabalhar que eu me comprometi voltar dois meses após o nascimento. Não tinha noção sobre licença maternidade”.
O tempo era pouco para a responsabilidade. Participou do grupo de profissionais multifuncionais que tocaram o projeto de spin-off em que a VLI foi a soma dos ativos vocacionados para a logística de carga geral. “Fui me apaixonando por usar o direito no dia a dia e investir na carreira executiva. É preciso se atualizar, estudar as mudanças e aprender todos os dias”.
Experiência não faltou. Na ALL cuidou de patrimônio, meio ambiente, comunicação, relações com a comunidade, segurança do trabalho e imprensa. Na Vale fez a interface entre o corporativo e as empresas com estruturas próprias. Com a criação da VLI, além das atribuições dos setores de Regulatório, Relações Institucionais e Comunicação, durante um tempo ficou também responsável pela criação e implantação da área de sustentabilidade.
Silvana desde cedo focou no estudo como forma de crescer profissionalmente, mas ter família e filhos fazia parte dos sonhos. A gravidez, aos 31 anos, trouxe um pouco da culpa que geralmente acompanha as mulheres: “Estruturei minha vida e voltei a trabalhar, mas os primeiros 15 anos eu vivi um conflito muito grande. Eu me culpava e sofria quando não podia dormir em casa. Eu e Newton nos revezámos para estar sempre presentes. Nunca abri mão de assistir um jogo, participar da festinha na escola, estudar com ele”.
Hoje conta que Cauê está com 20 anos, bem resolvido, está estudando, namorando e ela consegue dormir fora de casa sem peso de consciência. “Muitas vezes eu ia para Brasília pela manhã, voltava no último voo e no dia seguinte cedo já estava no Santos Dumont de novo”.
Desafios
Sobre a VLI, diz que a empresa está num ótimo momento: “Investimos para crescer e hoje estamos na fase de operar melhor o que foi construído nos primeiros dez anos, com foco maior no cliente, marcos regulatórios disruptivos trouxeram mais competitividade. As empresas têm que atender melhor. Não existe mais o cliente ser dependente de uma empresa só, há muitas opções na infraestrutura como um todo, um portfólio muito maior, qualidade e a prestação de serviço pesam muito. Pilares como governança, por exemplo, têm que melhorar sempre”.
O projeto do coração é a renovação da ferrovia FCA, que conecta sete estados e o Distrito Federal e é considerada prioridade da empresa, além de outros projetos de expansão acontecendo em várias regiões”.
Para ela, o grande desafio no setor ferroviário é conviver com os novos modelos: “Estamos renovando concessões, existem autorizações de épocas diferentes e marcos regulatórios diferentes, o desafio nos próximos anos é ajustar a regulação da integração entre esses dois elementos”.
No setor portuário, Silvana aponta como essencial a capacidade de integrar com eficiência e integração com todos os modais. “Em São Paulo, por exemplo, está sendo constituída a FIPS – Ferrovia Interna do Porto de santos, a solução de integração do modal ferroviário com o porto tem muito a melhorar. O Brasil precisa de ativos modais eficientes na qualidade como um todo”.
Na hora de falar da vida pessoal, primeiro revela que é muito caseira, adora sofá e série. “Meu marido é mais animado, ele gosta sair. Quando estou viajando não consigo fazer nada, até me iludo e levo roupa de ginástica, mas é só para desencargo de consciência. No Rio eu faço spinning pela manhã, gosto de correr e pratico musculação com personal.
As viagens estão sempre nos planos do casal e atualmente curtem muito os finais de semana na casa de Angra. Bom mesmo é a sensação de estar feliz: “Sou apaixonada pelo que eu faço, gosto do clima da VLI e das pessoas com quem eu trabalho. Na vida pessoal estou em uma fase ótima, meu filho está independente e cheguei aos 50 anos sem traumas. Acredito que o comportamento e a cabeça ajudam a superar os problemas”.
Dicas da Elck
Elck Fogagnoli, Diretora de Relações Institucionais e Comerciais da Piacentini, traz sugestões gastronômicas para os participantes do Santos Export, dois lugares que ela adora.
Paru
“Quem vem para Santos sabe que encontrará um peixe fresco em todo lugar, por isso vale conhecer o mercado de peixe, levar seus peixes e frutos do mar conservados em embalagem refrigerada e ainda experimentar uma refeição no PARU, que é uma “comida de rua”, de primeira qualidade, dentro do mercado de peixe”. O restaurante oferece comidinhas do mar, onde você escolhe o que vai pedir e paga no balcão e espera a sua senha ser chamada.
Av. Gov. Mário Covas Júnior, 3050 – Ponta da Praia, Santos
Tasca do Porto
Como filha e cidadã portuguesa, Elck não deixa barato e indica o restaurante Tasca do Porto, localizado no Centro Histórico de Santos. São pratos elaborados com receitas originais da culinária lusitana, com várias opções à base de peixe e frutos do mar, como o bacalhau, a especialidade da casa. “E na saída aproveite e tome o delicioso café gourmet da Bolsa do Café”.
Rua XV de Novembro, 115, Centro
Dicas da Rose
Rose Fassina, Diretora de Gestão, Desenvolvimento e Qualidade da Transporte e Comércio Fassina, fez questão de tirar fotos nos lugares que ela indica.
Paquito
O primeiro é o Paquito, com mais de 60 anos de tradição, lugar onde tudo é muito bom, difícil é escolher. Para Rose, o preferido é o Bacalhau à Débora, assado com azeite e cebolas, acompanha batatas cozidas e ovo cozido.
Av. São Francisco, 210/212, Centro
Revo Manufactory
Mistura de padaria, confeitaria, torrefação e restaurante, o local também é famoso pelo brunch imperdível, “com direito a sorvete de fábrica própria, que é inigualável”, Rose confirma.
Av. Dr. Epitacio Pessoa, 737 , Ponta da praia