A proposta da Prefeitura de Santos para o projeto é transformar a área dos antigos armazéns portuários em um espaço de lazer e convivência para a população. Divulgação/APS
Porto de Santos
Prefeitura promete Parque Valongo para julho do ano que vem
Prefeito anunciou prazo durante cerimônia de assinatura do contrato de cessão de uso gratuito da área entre os armazéns 4 e 6
Em julho do ano que vem, quem for ao Centro Histórico de Santos (SP), mais especificamente na região da Alfândega, verá um novo espaço, totalmente revitalizado. É o que prometeu o prefeito da cidade, Rogério Santos, na manhã desta terça-feira (2), ao receber da Autoridade Portuária de Santos (APS) a cessão do armazém 4 e de uma área que, no passado, abrigou os armazéns 5 e 6.
Agora, a Administração Municipal tem à disposição 14 mil metros quadrados para implementar o projeto Parque Valongo, que visa transformar a área entre os armazéns 4 e 6, entre as ruas da Constituição e Riachuelo, no centro, em um espaço de lazer e convivência, dentro do conceito da relação porto-cidade. Os armazéns 7 e 8 também integram a ideia, mas se mantêm geridos pela Autoridade Portuária, que é a responsável pela modernização do espaço.
Na prática, o armazém 4 será restaurado e explorado pelo segmento gastronômico e o terreno dos antigos armazéns 5 e 6 será integrado a este novo empreendimento, abrigando a área aberta do projeto, que ganhará um píer de observação, jardins, novo mobiliário e iluminação, playground, entre outras modificações.
Já os armazéns 7 e 8 serão reformados e passarão a oferecer atividades educacionais e tecnológicas em parceria com universidades. Inclusive, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que participou da cerimônia de assinatura da cessão da área, ‘desafiou’ a APS a entregar, também em julho de 2024, a revitalização dos galpões, o que completaria a proposta do novo parque portuário.
“O desafio da Autoridade Portuária é que, em julho, quando a prefeitura entregar a parte dela, a autoridade entregue os galpões também”, declarou França.
O projeto do Parque Valongo é fruto do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em março entre o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e a Autoridade Portuária (APS), com participação da Administração Municipal, a convite do MP como forma de compensação pela atividade portuária no conjunto que está sob proteção ao patrimônio histórico cultural.
Já os recursos para tirar a obra do papel serão divididos: R$ 15 milhões virão de uma empresa portuária multinacional que, segundo o prefeito, só terá o nome revelado em um prazo de 15 dias, quando deve acontecer também a assinatura para a liberação da verba; e R$ 20 milhões serão repassados pelo Governo Federal, informou o ministro.
A próxima etapa do projeto é a realização de uma audiência pública para ouvir os anseios e as sugestões da população e entidades que queiram participar do processo. O secretário de Desenvolvimento Urbano de Santos, Glaucus Farinello, afirmou que a reunião de ampla discussão será marcada para este mês e deve ser realizada na Associação dos Engenheiros e Arquitetos do município.
“Por ora, será apenas uma audiência, mas dependendo de como for essa primeira, podemos marcar outras”, adiantou Glaucus, afirmando também que o projeto já tem o aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural (Condepasa).
“Para cada intervenção precisamos das licenças dos órgãos de defesa de patrimônio, mas é possível fazer tudo isso mantendo a entrega da obra para o ano que vem, adiantando etapas. Agora é fazer a consulta com a população, aprimorar o projeto, firmar a parceria e iniciar a obra neste ano”, detalhou o secretário.
O governo do Estado também precisa ser consultado, já que é o responsável, através do Departamento Hidroviário (DH), pela travessia de barcas Santos-Guarujá, que realiza o embarque de passageiros em áreas que receberão as obras. “O livre acesso às barcas permanece, a diferença é que as pessoas vão passar pelo Parque Valongo para acessar as barcas”, explica Glaucus.
Roda Gigante e marina
A proposta ainda pode receber novas ideias, como a construção de uma marina e até de uma roda gigante, mas, caso isso aconteça, “serão outros recursos que teremos que buscar”, diz Farinello. Já as atividades internas do armazém 4 serão exploradas pela iniciativa privada.
Existe também a possibilidade de uma nova passarela de acesso, semelhante à instalada ao lado da Alfândega, nas imediações do Armazém 4, para facilitar a circulação de pessoas.
A cessão do armazém 4 e da área dos antigos armazéns 5 e 6 pelo Governo Federal à Administração Municipal contou ainda com a presença do presidente da APS, Anderson Pomini; do deputado Estadual Caio França; do presidente da Câmara de Santos, vereador Cacá Teixeira; e do deputado federal e presidente da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, Paulo Alexandre. O encontro ocorreu na sede da Associação Comercial de Santos.
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