A descoberta da ilusão é o nosso principal mestre. Tudo o que me desilude é meu amigo.

“FORMAMOS IDEIAS EM NOSSAS MENTES E NOS APEGAMOS A ELAS. E COMO É DIFÍCIL
ENFRENTAR OS DESAPONTAMENTOS QUE VÃO APARECENDO PELA VIDA AFORA. NO AMOR,
NO TRABALHO, NA FÉ E ATÉ NAS AMIZADES. POR QUE ESPERAMOS TANTO DE NÓS E DOS
OUTROS E VAMOS CONSTRUINDO CASTELOS TÃO FRÁGEIS? NESSE LIVRO SOBRE MEDITAÇÃO,
O PADRE E ESCRITOR PABLO D’ORS NOS COLOCA FRENTE A FRENTE COM OS TANTOS MUROS
QUE NÃO PRECISARIAM OBSTRUIR NOSSO CAMINHO. ESCOLHEMOS PASSAR POR SITUAÇÕES
QUE NÃO FAZEM PARTE DA REALIDADE, APENAS DOS NOSSOS PEQUENOS SONHOS DE SERES
HUMANOS EM BUSCA DA FELICIDADE PERMANENTE”

PABLO D’ORS, BIOGRAFIA DO SILÊNCIO

Foco

“Arregaçar as mangas e sempre fazer melhor”

Divulgação

À frente da gigante Multilog, considerada o maior recinto alfandegado da América Latina, o presidente Djalma Vilela está no Sul há mais de 20 anos, mas ainda conserva características do mineiro: a calma e o otimismo, inclusive para esse ano: “Nós tínhamos expectativa no Lula 3, afinal ele conhece a máquina do governo, mas ainda não está com a governabilidade necessária. O consumo não está acontecendo na ponta, há muitas indefinições, mas vamos aguardar para ver e acreditar que pode melhorar”.

Ainda para 2023, vem aí uma excelente novidade na área de inovação, que Vilela faz questão de manter segredo: “Vamos lançar um produto disruptivo no ponto de vista do transporte de carga. Nomeei um dos nossos diretores para focar só nesse produto. Procuramos levar a digitalização a toda organização, é uma jornada digital que avançamos diariamente. Eu brinco que esse novo produto será um unicórnio, quero criar uma Logtech para abrigar o negócio, vai agitar o mercado”.

De mercado ele entende. Com quase 30 anos de experiência na área de logística, em empresas multinacionais e nacionais de grande porte, Vilela é formado em Administração de Empresas e possui MBA’s em Gestão Estratégica de Organizações pela FGV, Programa de Desenvolvimento de Dirigentes pela FDC, Planejamento Logístico pelo COPPEAD/UFRJ e Programa de Desenvolvimento de Conselheiros pela FDC.

Há 11 anos na Multilog, é responsável por grandes projetos para o desenvolvimento da empresa, que possui 38 unidades, entre Portos Secos e Centros de Distribuição, uma Operação Portuária e dois Escritórios Corporativos, distribuídos em cinco Estados, empregando 3.000 funcionários.

Vilela está no Sul há 24 anos e mora no Balneário de Camboriú, Santa Catarina, próximo ao escritório da empresa em Itajaí. Antes residiu e estudou em São Paulo, até ser transferido para Curitiba em 1999, quando trabalhou na Kraft Foods, hoje Mondelez International.

Sobre a Multilog, define: “É um operador logístico completo, oferecemos uma solução única (em logística se fala muito em one stop shop), com uma só plataforma. Os clientes cada vez mais querem um só interlocutor, nós estamos indo ao encontro desse desejo, em produto e em presença”.

O crescimento tem sido constante, como revela: “Estamos crescendo organicamente 10%, se comparado ao ano passado e continuamos com apetite para expansão. Claro que é difícil o acesso a crédito com a Selic a 13,75, mas sempre lembro que quando comprei a primeira empresa a Selic estava a 14,25. Não é motivo para ficar esperando e não agir”.

Nos últimos tempos, Vilela tem se debruçado em buscar regiões onde a Multilog não atuava, como o Nordeste, por exemplo. “Eu particularmente tinha uma certa resistência, falava que só chegaríamos lá em 2025, mas chegamos em meados de 2022. Foi um movimento antecipado, eu entendo que valeu a pena, tem muita coisa acontecendo na região, grandes investimentos estão por vir, chegamos na hora certa. Isso acontece no Sul e Sudeste, que também fazem parte da nossa estratégia. Centro Oeste e Norte ficarão para depois”.

Por conta desses novos investimentos, a internacionalização da empresa foi adiada, mas continua nos planos estratégicos: “Eu fiz muitas incursões para países da nossa região, mas vieram outras prioridades no Brasil para tomar decisões locais e tivemos que adiar para o ano que vem”.

A preocupação com o tema sustentabilidade também está presente na Multilog: “Fizemos a live do lançamento do nosso Relatório de Sustentabilidade, é um marco de nossa empresa, com 93 páginas onde nos comprometemos com os objetivos de práticas ambientais, sociais e de governança. É um programa que não tem volta, só vai crescer, é o nosso estatuto e publicamos como vai funcionar”.

Otimista por natureza, Vilela diz que ousadia e empreendedorismo fazem parte do seu DNA. E indica três pontos que podem destruir uma organização: o pessimismo, a ansiedade e o ego. “Eu acredito no País. Quando saímos para viagens internacionais e olhamos o Brasil a partir da Europa, Ásia, Estados Unidos, percebemos que ainda há muito para ser feito. Nosso país é continental, populoso, tem consumo e futuro”.

Para a Multilog, a expectativa é grande: “A infraestrutura e a logística da empresa são relevantes para o país. Temos terminais de fronteiras terrestres e a cada dez caminhões que circulam no Mercosul, sete circulam entre as nossas unidades. É um número expressivo e que mostra que o Brasil é pujante, vai andar independente de governo”.

Vilela gosta muito de Política e de Associativismo. Está sempre em Brasília e tem muitas reuniões como presidente da Associação Brasileira de Operadores Logísticos – ABOL, e da Associação Brasileira de Portos Secos e Clias – ABEPRA. “É uma forma de contribuir, de ajudar a criar um futuro para o nosso País. Temos defendido que é preciso ampliar o setor de infraestrutura, é o nosso maior desafio. As estradas são as mesmas de antes da pandemia. Vamos arregaçar as mangas, Governo e iniciativa privada, para fazer algo melhor”.

O tempo que sobra Vilela aproveita para jogar beach tennis e curtir a paixão pelos vinhos. Para os leitores da coluna, indica três espanhóis favoritos: Alion, A Alto e Flor de Pingus. “O vinho é um túnel, você vai entrando e tem muito para conhecer”.

Dicas de Ivan Vianna

O médico e diretor de Mercado da Unimed de Santos indica como imperdível uma visita à Pinacoteca Benedicto Calixto:

Pinacoteca Benedito Calixto, espaço cultural e de lazer, com programação diversificada do mais alto nível. “O tradicional casarão branco, de estilo neoclássico, e seus jardins, com incríveis esculturas, por si só já valem o passeio, mas a Pinacoteca proporciona muito mais. Há exposição permanente das obras de Calixto, shows, mostras, intercâmbio de livros e muitas outras opções para quem ama as artes e a cultura”.

Av. Bartolomeu de Gusmão, 15

Passear de bike pela orla

Outra sugestão é deixar o carro em casa e pedale: “Aprecie os jardins da praia, aproveitando suas belezas e a segurança proporcionada pelos quase oito quilômetros de ciclovia à beira-mar.  Genuína descontração sob a brisa marinha e o sempre necessário exercício físico. Seguindo adiante, não esqueça de parar para apreciar a divertida escultura O Pneu Furou, na altura do Canal 6. Assina a escultura o artista plástico Rica, o mesmo autor do famoso Peixe da entrada de Santos.  

Delícias da água de coco e do açaí

Pertinho do Canal 6, Ivani recomenda a parada para se hidratar, depois do esforço físico consumindo na bike, com água de coco geladinha. “Para quem não sabe, além de ser uma bebida riquíssima em sais minerais fundamentais para o corpo humano, estão presentes na água de coco as citocininas, que tornam a bebida capaz de repor células, renovar tecidos e retardar o envelhecimento. Quer melhor do que isso? Quem sabe o açaí, pois estando na orla vai sempre encontrar onde consumir a polpa do fruto nas mais diferentes preparações”.

Leitura

Maternidade sem culpa

Equilibrar maternidade e vida profissional não é nada fácil. Agora a professora americana Lara Bazelon tenta amenizar as culpas com o livro “Ambiciosa como a mamãe: Por que priorizar sua carreira faz bem para seus filhos” (Vestígio Editora). O livro defende que ter uma carreira faz das mulheres mães melhores, não piores, e o reconhecimento de que mães trabalhadoras podem gerar resultados positivos não só para a família como para comunidades próximas e sociedade em geral é necessário para que as mulheres possam celebrar suas escolhas.

Teatro

Para quem curte suspense

Leekyung Kim

Mel Lisboa, Marcello Airoldi e Alexandre Galindo atuam em “Misery – Louca Obsessão”, adaptação premiada do romance de Stephen King, com direção de Eric Lenate, em cartaz até 30 de julho no Teatro Tuca. A peça 

conta a história de Paul Sheldon (Marcello Airoldi), um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados pela personagem Misery Chastain. Após sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes (Mel Lisboa). A moça é também uma leitora voraz de sua obra e se diz a principal fã do autor.  O texto teve duas outras montagens nacionais para o teatro: a primeira, de 1994, com Débora Duarte e Edwin Luisi; a segunda em 2005, com Marisa Orth e Luís Gustavo.

Serviço

Até 30 de julho, às sextas, às 20h30; aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 17h

Teatro TUCA – Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes

Classificação:  14 anos 

Duração: 120 minutos