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Fabrício Julião disse que a demanda por investimentos em infraestrutura não é um mal apenas do Porto de Santos, mas outros complexos do PaísCrédito: Gabriel Imakawa/Brasil Export

Região Sudeste

Em defesa de investimentos em infraestrutura, Brasil Export cria “Movimento pelo Sim”

Atualizado em: 17 de maio de 2023 às 8:39
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Iniciativa foi anunciada pelo presidente do Conselho do Santos Export, Ricardo Molitzas, na tarde de ontem, durante a realização do fórum regional

A “falta de soluções concretas” para “velhos problemas de infraestrutura e logística” motivou o Brasil Export, principal fórum de debates sobre infraestrutura do País, a liderar um movimento de pressão ao poder público. Foi o que anunciou ontem, no segundo e último dia do Santos Export, fórum regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, o presidente do Conselho do Santos Export e diretor-executivo do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), Ricardo Molitzas. Será um “movimento pelo ‘sim’”, voltado a defender a realização de, principalmente, investimentos em acessos aos portos brasileiros.

A criação do movimento foi comunicada logo após o encerramento do painel “Demandas e desafios dos embarcadores de carga no Porto”, em que os debatedores lamentavam a indefinição na execução de projetos para eliminar os gargalos no Porto de Santos (SP), especialmente obras na malha ferroviária do complexo marítimo e a construção de uma nova rodovia ligando a Grande São Paulo e a Baixada Santista – onde localiza-se o complexo marítimo. Nesse momento, Molitzas subiu ao palco. Numa quebra de protocolo, fez um breve discurso para expor a ideia e justificá-la.

“A gente não teve nada de concreto. E isso é um fato que aconteceu no painel. A gente não tem de concreto a terceira via (rodovia) de ligação Planalto-Baixada (Santista). A gente não tem de concreto o início dos investimentos na Fips (Ferrovias Internas do Porto de Santos). Então, aqui fica essa proposta para que a gente aja, através da liderança do Santos Export”, afirmou o presidente do conselho do fórum.

Para reforçar a proposta desse movimento, Ricardo Molitzas citou uma declaração do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Jorge Lima, que havia feito uma palestra horas antes. “Escutei hoje, neste mesmo palco, o secretário Jorge Lima dizer o seguinte: ‘Nós precisamos de vocês. Porque o governo funciona com pressão. Nós precisamos de vocês fazerem acontecer. Nós precisamos da pressão de vocês pela demanda’”, reproduziu o dirigente.

Ricardo Molitzas aproveitou para conclamar outras entidades presentes no Santos Export para aderir ao movimento, como a ABTP (Associação Brasileira de Terminais Portuários), a Fenop (Federação Nacional das Operações Portuárias) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), entre outras.

“Porque se nós não fizermos uma pressão maior nesse assunto, no ano de 2024 nós vamos estar aqui de novo discutindo que o Porto chegou a 180 milhões (de toneladas de cargas). E nós vamos estar discutindo a entrada de Santos, a dragagem do canal do Porto, a ferrovia…”, destacou o executivo.

A expressão “movimento pelo ‘sim’” Molitzas pinçou de uma declaração do diretor de Supply Chain da Cargill no Brasil, Ricardo Nascimbeni, durante o painel anterior. 

“Acho que cabe um grande movimento pelo sim. Sim por transposição de trafegabilidade entre Santos e Guarujá. Sim pela Fips. Sim pelos acessos do Planalto à Baixada. Sim por um melhor ordenamento de navios pelo canal. Sim por mais investimentos. Sim, pelo amor de Deus, por segurança jurídica. Que todos nós unamos forças para realizar aquilo que é necessário”, disse o executivo.

Alcance nacional

O CEO do Brasil Export, Fabrício Julião, destacou que a demanda por investimentos em infraestrutura não é um mal apenas do Porto de Santos, se repetindo em outros complexos marítimos do País. Por isso, ele pretende utilizar a rede de conselheiros do Brasil Export, presente nas cinco regiões da nação, e levar esse movimento a todos os estados. 

“Estamos falando de obras importantes, estratégicas para o bom funcionamento da atividade portuária, da indústria, enfim, para o desenvolvimento da economia brasileira. Vamos identificar essas demandas e, em conjunto, levar essas necessidades às autoridades, defendendo sua implantação”, explicou Julião.

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