“Nossa missão será criar um mundo em que negócios são agentes de transformação social positiva”, destaca o CEO do Brasil Export, Fabrício Julião (crédito: Brasil Export/Arquivo)
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Brasil Export criará instituto para ações sociais
Sem fins lucrativos, entidade será voltada, principalmente, a projetos com crianças e jovens com deficiência. Fundação será no próximo dia 6 de junho, em Santos (SP)
O Brasil Export, maior fórum de debates sobre portos, transportes e infraestrutura, ampliará suas ações, passando a atuar no campo social, principalmente com crianças e adolescentes com deficiência. Isso será possível através do Instituto Social Brasil Export (Isbe), que será fundado no próximo dia 6 de junho, às 11 horas, na sede da Associação Comercial de Santos (ACS), em Santos (SP). O evento reunirá autoridades e lideranças empresariais apoiadoras da iniciativa.
O instituto atuará tanto no apoio direto a projetos sociais de outras entidades, como poderá alavancar ajuda financeira para essas ações, explica o CEO do Brasil Export, Fabrício Julião – que idealizou o instituto junto com sua esposa, Fabíola Souza, que irá presidir a entidade. Julião destaca que o Isbe terá atividades em todo o País, seguindo as ações do Brasil Export, presentes nas cinco regiões do Brasil através de seus fóruns.
O Isbe irá auxiliar programas que tenham como foco, principalmente, o atendimento e o tratamento de crianças com deficiência, tanto cognitiva como física. Dará atenção especial a ações voltadas à “fase de ouro” do desenvolvimento infantil, do nascimento aos cinco anos, explica Julião. “São anos importantes para o crescimento e o desenvolvimento das crianças. E no caso das crianças com deficiência, as intervenções, as terapias nessa fase são estratégicas, ajudando bastante”, destacou.
Como parte dessa estratégia, o Brasil Export e o Instituto Social Brasil Export vão realizar um fórum para debater políticas públicas destinadas a pessoas com deficiência (PCD) e à inclusão. O evento ocorrerá no ano que vem, em Brasília.
O Isbe também vai priorizar a inserção de jovens com deficiência no mercado de trabalho, especialmente nos setores portuário e de logística. “O instituto irá atuar tanto nos anos iniciais do desenvolvimento infantil como no preparo desses jovens, agora no fim da adolescência, para que conquistem suas vagas no mercado profissional. E as próprias empresas interessadas nessas contratações terão o instituto como uma referência”, explicou Fabrício Julião.
“Nossa missão será criar um mundo em que negócios são agentes de transformação social positiva. O objetivo é fortalecer o ecossistema de negócios de impacto e inspirar as pessoas e empresas a fazerem parte dessa transformação”, afirmou o empresário.
O primeiro projeto apoiado pelo Isbe já está definido. Será o Porto para o Futuro, desenvolvido pelo Instituto Amigu e pelo Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social (Camps) de Santos. A parceria foi firmada no início deste mês, durante a programação do Santos Export, principal fórum de debates sobre o Porto de Santos e sua cadeia de negócios.
Sem fins lucrativos, o Instituto Social Brasil Export será mantido pelo Brasil Export e as demais empresas do grupo, além de parceiros.
Porto para o futuro prevê inclusão sociodigital de jovens
Primeiro projeto apoiado pelo Instituto Social Brasil Export (Isbe), o Porto para o futuro é uma ação de inclusão sociodigital na região da Santos (SP). Ele vai além de um projeto de qualificação tecnológica de jovens de famílias de baixa renda, pois prevê ações voltadas às famílias dos alunos e, na fase final, ajudará na sua inserção no mercado de trabalho local.
O projeto é desenvolvido a partir de uma parceria entre o Instituto Amigu e o Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social (Camps) de Santos. O Camps irá selecionar 50 jovens com mais de 18 anos e que já atuaram como menor aprendiz pela entidade, mas não conseguiram se inserir no mercado de trabalho. Outro critério é que suas mães ou responsáveis devem prestar algum serviço ou ter algum tipo de empreendimento. Já o Instituto Amigu responderá pelo conteúdo do projeto e o atendimento aos alunos.
O Porto para o futuro engloba um curso de inteligência artificial aplicada, no qual os alunos vão aprender a desenvolver esses assistentes virtuais, explica o dirigente do Instituto Amigu, Marco Riveiros. A partir desse conhecimento e dependendo das suas aptidões, eles poderão atuar como “vendedores” dessas soluções, designers ou programadores. A fase final do projeto prevê o desenvolvimento de um assistente virtual para auxiliar as mães ou as responsáveis por esses estudantes na atividade profissional delas. A proposta é que “a solução desenvolvida pelo jovem ajude sua mãe a expandir sua atividade profissional. Não importa se ela vende salgados, faz faxina, passa roupa. A ideia é que ela possa aumentar sua quantidade de clientes, ganhar um impulso em sua vida profissional a partir de uma solução tecnológica desenvolvida pelo próprio filho”, explica Riveiros.
Em seguida, os alunos ainda vão passar por um hackathon, em que terão de “resolver” um problema de empresas do setor portuário e terão contato com gestores dessas companhias. Segundo Marco Riveiro, “a participação deles nessa competição, em que vão resolver problemas reais, vai apresentá-los ao mercado de trabalho. Será uma oportunidade para inseri-los”.