Porto de Aratu recebe equipamentos da primeira fábrica de H2V do Brasil

Carregamento começou a ser descarregado ontem no TGS II

Os componentes e equipamentos para a implantação da primeira fábrica de hidrogênio verde (H2V) e amônia verde do Brasil começaram a ser descarregados ontem, quarta-feira, dia 14,  no Terminal de Granéis Sólidos II (TGS II), no Porto de Aratu-Candeias, localizado na Baía de Todos os Santos, na Bahia. O início da operação foi divulgado pela Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que administra o complexo marítimo.

O carregamento chegou a bordo do navio BBC Dakota, que trouxe o material do Porto de Roterdã, nos Países Baixos. Essas cargas serão armazenadas no porto e, depois, transportadas para o Polo Petroquímico de Camaçari (BA), onde a unidade será construída, informou a Codeba. O projeto é da Unigel, a segunda maior petroquímica do País.

Anunciada no ano passado, a primeira fábrica brasileira de H2V – combustível produzido sem a emissão de CO2 – receberá investimentos que podem chegar a US$ 1,5 bilhão. O projeto será dividido em três etapas. Na primeira fase, a empresa investirá US$ 120 milhões e utilizará a tecnologia de eletrólise de alta eficiência da empresa alemã Thyssenkrupp Nucera.

Inicialmente, a planta da Unigel terá capacidade para produzir cerca de 10.800 toneladas de hidrogênio verde por ano e aproximadamente 600 toneladas de amônia verde por dia, reduzindo aproximadamente 400 quilotoneladas de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera. O combustível produzido será capaz de atender às indústrias de aço, cimento e metais não ferrosos, além de suprir regiões mais remotas por meio da geração de eletricidade.

A fábrica empregará até 500 trabalhadores durante a construção e vai gerar cerca de 140 empregos diretos e indiretos em sua operação.

A Bahia possui um potencial de produção de mais de 60 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano, levando em consideração os recursos de energia solar e eólica, aliados à disponibilidade de recursos hídricos subterrâneos e de superfície. Esses dados foram obtidos por meio do estudo pioneiro realizado pelo Senai Cimatec para o Governo do Estado da Bahia, intitulado “Mapa do Hidrogênio Verde do Estado da Bahia”.