Segundo o senador Cid Gomes, a Europa não conseguirá produzir H2V suficiente para descarbonizar sua economia, o que poderá favorecer a exportação do produto brasileiroCrédito: Pedro França/Agência Senado
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Instituições financeiras estão otimistas com mercado do hidrogênio verde
Comissão Especial do Hidrogênio Verde debateu investimentos no setor em audiência pública
Representantes de instituições financeiras envolvidas em financiamento de projetos de geração sustentável de energia mostraram otimismo com as perspectivas que permeiam o mercado do hidrogênio verde (H2V).
O tema foi debatido em audiência pública promovida pela Comissão Especial sobre Hidrogênio Verde (CEHV), no último dia 7, que reuniu membros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF); Caixa Econômica Federal (CEF); Banco do Nordeste e Banco do Brasil (BB).
O gerente do Departamento de Energia Elétrica do BNDES, Guilherme Oliveira Arantes, disse que o banco é o que mais financia projetos de energia renovável no mundo e que a instituição vai continuar apoiando o financiamento de projetos renováveis, com destaque para o H2V.
Na visão dele, o Brasil tem grandes oportunidades para a produção do novo combustível e deve se preparar para conseguir atender a demanda externa, ao mesmo tempo que identifica a cadeia produtiva dentro do próprio país.
O vice-presidente de Setor Privado da CAF, Jorge Arbache, ressaltou os acordos ambientais feitos por diversos países visando a transição energética e acredita que o Brasil vai se destacar neste sentido porque na matriz energética nacional já predominam as fontes renováveis.
“A CAF está apoiando toda essa agenda, não só o desenvolvimento e a concepção, mas também a viabilização desse processo e isso inclui o próprio financiamento de plantas, de hidrogênio, financiamento das empresas que poderão se interessar para se instalar aqui”, explicou.
Lucas Iglesias Maia, gerente-executivo de Estratégia e Sustentabilidade da CEF, acredita que quando as pesquisas e tecnologias sobre H2V se consolidarem, o custo da exportação irá baixar e o Brasil deve se tornar uma grande potência no segmento. Mas salientou que a produção em larga escala ainda representa um desafio logístico que necessita de investimentos em pesquisa.
O economista-chefe do Banco do Nordeste, Luiz Alberto Esteves, acrescentou que a região tem recursos energéticos estratégicos para a economia global e que já conta com o interesse de grandes empresas do segmento.
Ao comentar as manifestações dos participantes, o presidente do colegiado, senador Cid Gomes, citou estatísticas que estimam que a Europa não conseguirá produzir todo o hidrogênio necessário para a descarbonização de sua economia, o que pode viabilizar a logística de exportação de hidrogênio verde brasileiro.