domingo, 24 de novembro de 2024
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.

Nordeste Export foi realizado na semana passada, nos últimos dias 19 e 20, em João Pessoa, na Paraíba, reunindo autoridades e lideranças empresariais (crédito: Divulgação/Brasil Export)

Região Nordeste

Carta do Nordeste Export destaca desafios e oportunidades da região

28 de junho de 2023 às 11:44
BE News Enviar e-mail para o Autor

Documento destacando principais pontos do fórum é apresentado nesta edição do BE News

Região importante para o desenvolvimento da economia brasileira , o Nordeste vive um momento estratégico para seu crescimento. Por um lado, enfrenta desafios logísticos impactantes, caso da falta de melhores acessos terrestres a seus portos. Por outro, dá passos significativos para o crescimento de suas atividades econômicas, apostando no desenvolvimento ferroviário, na multimodalidade e na transição energética. Esse cenário é destacado na Carta do Nordeste Export 2023, assinada pelo presidente do conselho do fórum, Aluísio Sobreira, e divulgada nesta edição especial do BE News.

A carta destaca os principais pontos debatidos nesta última edição do Nordeste Export, realizada em João Pessoa (PB) na semana passada, nos dias 19 e 20. O documento ainda aponta as medidas mais importantes para a expansão da região e os principais desafios que devem ser superados para seu crescimento econômico.

O Nordeste Export é realizado pelo Brasil Export, maior fórum de debates sobre logística, transportes e infraestrutura, reunindo autoridades federais e regionais e lideranças empresariais. 

O manifesto do evento regional começa enfatizando a necessidade dos estados do Nordeste aprimorarem “sua malha terrestre de transportes para aumentar a eficiência da movimentação de cargas e da mobilidade de seus habitantes e turistas”. Nessa linha de ação, o desenvolvimento do transporte ferroviário é considerado “essencial”, tanto na expansão de grandes malhas, como pela implantação das short lines, as pequenas linhas férreas. 

Outro ponto destacado foi a importância da multimodalidade e do planejamento integrado, para se buscar uma maior eficiência na movimentação de cargas entre as zonas de produção, os portos e os pólos consumidores. Nesse cenário, a elaboração de uma nova versão do Plano Nacional de Logística, anunciada durante o evento, se mostra “instrumento valioso e que precisa estar em sintonia com as necessidades do mercado e com as políticas públicas apontadas como prioritárias pelo Poder Executivo Federal”, aponta a carta.
As ações de transição energética no Nordeste, especialmente em seus portos, também foram citadas no documento, especialmente ao atraírem investimentos internacionais, interessados na produção do hidrogênio verde.
Confira, a seguir, a íntegra da Carta do Nordeste Export 2023.

Carta do Nordeste Export 2023

por Aluísio Sobreira, presidente do Conselho do Nordeste Export

O fórum regional Nordeste Export foi realizado com êxito pelo quarto ano consecutivo, tendo agora em 2023 a recepção e o apoio incondicional do Governo do Estado da Paraíba, cujo corpo técnico desempenhou papel fundamental para a realização do evento sob o comando do governador João Azevêdo. Tamanha foi a riqueza dos debates promovidos no palco do fórum e nas conversas entre os agentes públicos e privados presentes que foi um grande desafio produzir esta Carta de forma sintética e objetiva.

As atividades apresentaram conexão adequada com o futuro do setor de logística, infraestrutura e transportes e com o desenvolvimento do Nordeste. Segunda região mais populosa do Brasil e a que abriga o maior número de estados (nove), o Nordeste necessita aprimorar sua malha terrestre de transportes para aumentar a eficiência da movimentação de cargas e da mobilidade de seus habitantes e turistas. Neste cenário, o desenvolvimento do transporte ferroviário é essencial, seja por ampliação das grandes linhas, seja pela adoção de short lines, este último assunto que precisa ganhar ainda mais projeção e será tratado de forma continuada pelo Brasil Export.

As ferrovias são elos fundamentais para o desenvolvimento da cabotagem nos portos brasileiros, conectando os vários portos instalados na costa marítima do País, além de ser um modo mais sustentável para o transporte de nossa produção agropecuária, emitindo menos poluentes e interferindo em menor escala no trânsito de veículos menores.

O Governo da Paraíba destacou a necessidade de conexão da Ferrovia Transnordestina com a Norte-Sul, o que seria um avanço logístico de muita qualidade para o Nordeste. Nesse sentido, o presidente da INFRA S.A., Jorge Bastos, informou em primeira mão que a entidade irá desenvolver um projeto para que a Transnordestina chegue até o Porto de Cabedelo, cumprindo solicitação feita pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

Embora o Governo Federal tenha passado a permitir autorizações de trechos ferroviários, é de conhecimento geral que são investimentos de grande porte e que necessitam estar inclusos em um planejamento ligado às políticas públicas nacionais. Outro fator relevante a ser destacado são os regramentos das linhas de financiamento – incluindo o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) – e o próprio cenário macroeconômico, hoje com uma Taxa Selic bastante expressiva.

De modo geral, as discussões sobre multimodalidade e planejamento integrado apontaram caminhos viáveis, de curto, médio e longo prazo, para aumentar a eficiência da movimentação das cargas entre polos produtores, polos consumidores e os portos da região Nordeste. O Plano Nacional de Logística (PNL) é um instrumento valioso e que precisa estar em sintonia com as necessidades do mercado e com as políticas públicas apontadas como prioritárias pelo Poder Executivo Federal.

O ambiente colaborativo entre os dirigentes de portos e terminais da região, numa linha de comportamento muito estimulada por nossos conselhos técnicos, indicou caminhos para a adoção de soluções para problemas comuns. Também houve espaço para celebrações de iniciativas de alguns portos, como os R$ 100 milhões aportados pelo governo paraibano em dragagem para aumentar o calado do Porto de Cabedelo e projetos futuros, como um pedido de permissão de doação de Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) por parte da Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) para uma planta industrial de hidrogênio verde voltada para a movimentação e abastecimento de navios no Porto de Aratu, no litoral baiano.

O Conselho do Nordeste Export também agradece as preciosas contribuições de dirigentes do Ministério de Portos e Aeroportos e das agências reguladoras que não só marcaram presença no Nordeste Export 2023, mas também contribuíram externando propostas e ouvindo as lideranças empresariais que integraram a comitiva oficial na capital paraibana. Este é justamente o espírito que orienta as atividades organizadas pelo fórum e seus conselhos técnicos.

Outro importante assunto discutido foi a transição energética e o papel dos complexos portuários nordestinos nesse cenário desejável para a economia nacional. O hidrogênio verde aparece como grande aposta de complexos como o de Pecém (CE) e Suape (PE), além da supracitada Codeba. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer até que a utilização dessa modalidade energia seja viável economicamente. Somente o complexo cearense já assinou 30 memorandos de entendimento, sendo que três deles estão em pré-contrato para produtores de hidrogênio verde se instalarem no estado, que será a sede do fórum regional Nordeste Export em 2024.

Para isso, os gestores dos portos nordestinos já investem em pesquisa, desenvolvimento e inovação, além de buscar engajamento das lideranças empresariais. A região Nordeste tem ainda forte potencial para ser uma liderança irrefutável na produção de energia eólica e de energia solar, outras alternativas importantes para colocar o Brasil como protagonista da transição energética mundial, além de atrair importantes investimentos internacionais para o País.

Em síntese, o Nordeste Export 2023 cumpriu com o objetivo de dar luz e debater importantes questões para o setor. O Nordeste é um grande celeiro cultural e de negócios. O seu conselho técnico é repleto de profissionais dedicados e cordiais. Ao final desse evento anual, todo o staff do Brasil Export se renova, com o coração aquecido e a sensação de que o nosso País pode ser o que almeja e o que merece.

O Conselho do Nordeste Export está comprometido em continuar desenvolvendo essas pautas de forma permanente, dando sequência a reuniões e encontros – sejam presenciais ou online -, incentivando o fomento e o financiamento dos projetos na região. Vamos continuar instigando agentes públicos e privados, sempre com postura de otimismo e fomentando o diálogo e a troca de conhecimentos.

O Governo da Paraíba destacou a necessidade de conexão da Ferrovia Transnordestina com a Norte-Sul, o que seria um avanço logístico de muita qualidade para o Nordeste..

De modo geral, as discussões sobre multimodalidade e planejamento integrado apontaram caminhos viáveis, de curto, médio e longo prazo, para aumentar a eficiência da movimentação das cargas entre polos produtores, polos consumidores e os portos da região Nordeste.

O ambiente colaborativo entre os dirigentes de portos e terminais da região, numa linha de comportamento muito estimulada por nossos conselhos técnicos, indicou caminhos para a adoção de soluções para problemas comuns.

O hidrogênio verde aparece como grande aposta de complexos como o de Pecém (CE) e Suape (PE), além da supracitada Codeba. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer até que a utilização dessa modalidade energia seja viável economicamente. Somente o complexo cearense já assinou 30 memorandos de entendimento.

A região Nordeste tem ainda forte potencial para ser uma liderança irrefutável na produção de energia eólica e de energia solar, outras alternativas importantes para colocar o Brasil como protagonista da transição energética mundial

Em síntese, o Nordeste Export 2023 cumpriu com o objetivo de dar luz e debater importantes questões para o setor. O Nordeste é um grande celeiro cultural e de negócios.

 

Compartilhe:
TAGS Aluisio Sobreira desenvolvimento da economia brasileira Nordeste Export transição energética