Paranaguá espera aumento da importação

Segundo previsão do Sindiadubos, volume desembarcado até final do ano deve ultrapassar 9 milhões de toneladas

O Porto de Paranaguá vive expectativas de ter um aumento na importação de fertilizantes nos próximos três meses. A previsão do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos) é que o volume desembarcado até o final do ano ultrapasse 9 milhões de toneladas no complexo portuário.

A descarga de fertilizantes nos portos paranaenses aumentou nos últimos dois meses. De março a abril subiu 10,32% (de 755.763 toneladas a 833.795 toneladas) e de abril a maio, 4,36%, alcançando 870.186 toneladas. Nos primeiros cinco meses do ano o volume chegou a 3.924.395 toneladas, oriundas, principalmente, de Rússia (20,4%), China (19,7%), Canadá (18,6%) e Estados Unidos (8,8%).

“Os portos do Paraná seguem sendo a principal porta de entrada de fertilizantes no Brasil. Respondemos por 27% de todo adubo que chega no País. Estamos prontos para atender toda demanda do mercado deste produto. Atualmente o porto trabalha para otimizar a programação dos navios, o fluxo de balanças e o sistema que atende o segmento”, afirmou Gabriel Vieira, diretor de Operações da Portos do Paraná.

De acordo com Décio Gomes, gerente executivo do Sindiadubos, os próximos meses são os mais quentes no que se refere à importação de fertilizantes. De julho a setembro do ano passado, foram importadas cerca de 2,3 milhões de toneladas de fertilizantes pelo Porto de Paranaguá, mas com as quase 4 milhões de toneladas já movimentadas, o setor espera ter um terceiro trimestre com volume ainda maior de importação.

“Nos primeiros cinco meses deste ano o volume de importações brasileiras de fertilizantes foi 17% menor que no mesmo período do ano passado. Ou seja, ainda há uma margem grande. Isso indica tendência de alta nos próximos meses para atender a demanda dos produtores. A relação de troca ainda está boa para os produtores, embora já se observe uma tendência de alta nos preços do adubo, em nível mundial, nos mercados tradicionais dos produtos”, explicou.

A redução ocorreu devido às incertezas globais. Depois da pandemia da Covid-19, houve restrições comerciais à Bielorrússia, em 2022, um dos grandes produtores mundiais de fertilizantes, em razão da invasão do exército russo no território da Ucrânia. “Há uma insegurança em relação à produção da Rússia, da Bielorrússia e até da Ucrânia, que também produz. Também não há certeza sobre as compras que a Índia e a China vão fazer neste ano para as safras de 2024, ou seja, ainda há um cenário aberto”, completa.

No Porto de Paranaguá, os fertilizantes podem ser descarregados em três berços que são preferenciais no cais público ou em qualquer outro berço que esteja livre. Além disso, há dois berços que atendem o setor no píer privado (Fospar) e outros dois berços no Porto de Antonina.

Movimentação geral

A movimentação nos portos do Paraná está acima da média em 2023. Maio foi o melhor mês da história na movimentação portuária paranaense. Com 6.125.887 toneladas de cargas, os operadores dos portos de Paranaguá e Antonina alcançaram volume recorde somando produtos de importação e, principalmente, exportação. A melhor marca mensal anterior era de 6.081.354 toneladas, registrada em maio de 2021.

Nos cinco meses do ano, os portos paranaenses já somam 25.220.449 toneladas movimentadas, volume 5% maior que as 23.961.677 toneladas registradas de janeiro a maio do ano passado. As exportações se destacam também no recorte ampliado: 16.146.244 toneladas em 2023, 14% maior que as 14.215.619 toneladas acumuladas no mesmo período em 2022.