Já foram assinados 31 memorandos de entendimento com empresas, com uma sinalização de investimentos acima de US$ 30 bilhões no Complexo do PecémCrédito: Divulgação/Complexo do Pecém
Região Nordeste
Fundos de Investimento do Clima aprovam plano de R$ 169 milhões para Pecém
Quantia é parte de recursos que serão aportados no Brasil visando apoiar a flexibilidade da rede para a integração de energia limpa no Brasil
O Conselho Administrativo dos Fundos de Investimento do Clima (CIF) aprovou na última semana um plano de US$ 70 milhões (pouco mais de R$ 338 milhões) para apoiar a flexibilidade da rede para a integração de energia limpa no Brasil. Metade dessa quantia (US$ 35 milhões, ou cerca de R$ 169,4 milhões) será destinada para os projetos no Complexo Portuário do Pecém (CE). Como parte do plano, o País deve dobrar a capacidade de energia renovável, reduzir as emissões em pelo menos 57 milhões de toneladas de CO2 equivalente, acelerar a produção de hidrogênio em larga escala e promover o acesso à energia limpa.
Entre todos os estados brasileiros, o Ceará é o que tem maior número de projetos previstos. Até o momento, já foram assinados 31 memorandos de entendimento com empresas nacionais e estrangeiras, com uma sinalização de investimentos acima de US$ 30 bilhões (R$ 145,7 bilhões). Desses, há três pré-contratos já firmados, nos quais a previsão de investimento é de US$ 8 bilhões (R$ 38,8 bilhões).
“Esse é mais um endosso de que nosso projeto é grandioso e vai liderar a transformação energética do Brasil. O financiamento da plataforma de investimento CIF’s Renewable Energy Integration (CIF REI) será fundamental para impulsionar as ações previstas para melhorar a infraestrutura do Complexo do Pecém para receber o Hub de Hidrogênio Verde”, analisou Hugo Figueirêdo, presidente do Complexo do Pecém.
Ainda segundo Figueirêdo, o investimento será para implantação de infraestruturas compartilhadas, estabelecendo um hub de capacitação e inovação para a cadeia do H2V na região do Pecém.
“Estão incluídos estudos, projetos e sistemas para operação do H2V, bem como laboratório multiusuário de formação, pesquisa e desenvolvimento de energias renováveis e H2V e assistência técnica com treinamento de mão de obra”, destacou.
Conforme informações do CIF, o Brasil estima que o financiamento irá mobilizar US$ 9,1 bilhões de parceiros, incluindo US$ 8 bilhões em investimentos privados, para seu plano implementado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pelo Grupo Banco Mundial. Essa projeção representa uma taxa de cofinanciamento de 1:130, ainda mais do que a média do CIF de 1:10 para investimentos em energia limpa.
O plano é aumentar a produção de hidrogênio verde no polo do Complexo de Pecém, que tem uma capacidade instalada projetada de 6 gigawatts até 2034.
O programa busca promover a energia como um bem comum, por meio de uma rede elétrica modernizada. O objetivo é melhorar o acesso confiável à energia limpa para 3,1 milhões de pessoas, promovendo o desenvolvimento e a inclusão social e econômica, principalmente para povos indígenas remotos e comunidades locais.
Hub
Com foco no desenvolvimento do Hub de Hidrogênio Verde, o estado do Ceará já tem 31 memorandos de entendimento assinados com empresas interessadas na produção. Destes, três já avançaram a pré-contratos selados e têm área reservada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará: Fortescue, Casa dos Ventos e AES. A soma de investimento é estimada em US$ 8 bilhões.
Além disso, o Complexo do Pecém deve investir R$ 2,2 bilhões para dotar o terminal de infraestrutura capaz de abrigar os projetos.