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Novo secretário de Portos é destaque no quadro Brasil Export

Nacional

Ex-diretor-geral da Antaq assume Secretaria de Portos

Atualizado em: 25 de maio de 2022 às 16:25
Leopoldo Figueiredo Enviar e-mail para o Autor

Mario Povia substitui Diogo Piloni, que deixou o cargo nessa terça-feira

O Governo Federal oficializou, no final da manhã de ontem, terça-feira,  a saída do secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, do Ministério da Infraestrutura (Minfra), Diogo Piloni. A portaria com a exoneração, feita a pedido, foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União.

Na mesma edição, saiu a portaria com a nomeação de seu substituto, o ex-diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq, o órgão regulador do setor) e até então diretor de Gestão Portuária da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Mario Povia, para o cargo. O documento também é assinado pelo titular da Casa Civil.

Piloni soube da publicação da portaria com sua exoneração quando ainda estava na sede da Secretaria de Portos, no anexo do Minfra, na Esplanada dos Ministérios. E já conversou sobre isso com alguns assessores e amigos.

Conforme publicado na coluna HUB nessa terça-feira, a saída do engenheiro Diogo Piloni da Secretaria Nacional de Portos era esperada desde o final da semana passada. Ontem, a informação nos corredores do Ministério da Infraestrutura era de que poderia ocorrer a qualquer  momento. A exoneração já estava acordada com o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e aguardava apenas a publicação da portaria para ser oficializada. O processo, que vinha se desenvolvendo há mais de um mês, de forma bem discreta, foi definido nos últimos dez dias, quando acabou “vazando” para o mercado.

Diogo Piloni já havia conversado sobre a saída com seus principais assessores e diretores. E a maior parte da Secretaria de Portos já estava ciente da mudança que devia ocorrer. Mas oficialmente, nada foi dito sobre essa alteração.

O agora ex-secretário de Portos – o “gigante” Piloni, como brinca o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas – fez uma gestão ímpar à frente do setor, conseguindo feitos de destaque, como a profissionalização das autoridades portuárias e o saneamento de suas finanças, a aprovação do programa de incentivos à cabotagem (BR do Mar), a realização de dezenas de licitações de terminais e o início do processo de desestatização dos complexos marítimos, além de ter enfrentado a pandemia no setor, mantendo as operações. Deixa o cargo com uma imagem positiva perante o setor público e principalmente a iniciativa privada. Com suas ações, o sistema portuário brasileiro enfim chegou ao século 21.

Em entrevista na tarde de ontem, algumas horas após a publicação de sua exoneração na edição extra do Diário Oficial da União, Diogo Piloni, funcionário de carreira do Governo Federal, revelou que poderá passar a atuar na iniciativa privada. Mas não informou onde irá trabalhar. Essa decisão dependerá, em parte, da avaliação da Comissão de Ética Pública do Governo Federal. O órgão vai analisar  se haverá necessidade de um período de quarentena, antes de Piloni estar liberado para trabalhar no setor privado, especialmente em empresas do setor portuário e de transportes.

A medida é adotada principalmente para ocupantes de cargos de confiança (como o de secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários), quando deixam o Governo para assumir funções em entidades privadas que atuam no mesmo setor. O objetivo é evitar que informações privilegiadas obtidas durante o cargo público possam ser passadas diretamente para o segmento privado.

Conforme a Reportagem apurou, Piloni tem sido procurado por operadores portuários internacionais e nacionais, dos setores de contêineres e granéis (tanto sólidos como líquidos). 

Substituição

Nos últimos dias, vários nomes tinham sido citados como possíveis substitutos de Diogo Piloni. Mas o  mais cotado para o cargo era o do ex-diretor-geral da Antaq Mário Povia. Na última semana, ele chegou a conversar com o ministro Marcelo Sampaio e com executivos da Secretaria, mas considerava tais contatos como sondagens.

Entre a equipe da Secretaria de Portos, a possibilidade de tê-lo à frente da pasta era encarada de forma positiva, por seu conhecimento do setor e da máquina pública. Como afirmou um integrante da equipe de Piloni na manhã de ontem, ainda antes da publicação do DOU, “é uma excelente indicação. Conhece o setor, sabe dos principais projetos e conhece a equipe. Se confirmado, será uma transição bem tranquila”.

Nascido em Osasco, Povia é graduado em Tecnologia Operacional Elétrica pela Universidade Mackenzie e Direito pela Universidade Paulista, além de pós-graduado em Administração de Empresas e Direito Processual e do Trabalho, também pela Universidade Mackenzie, e em Regulação de Serviços Públicos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

O novo secretário nacional de Portos é servidor efetivo da Antaq, na função de especialista em Regulação de Serviços de Transportes Aquaviários. No órgão, trabalhou como assessor da Superintendência de Portos, assessor técnico da diretoria, superintendente de Portos, diretor e diretor-geral. Atuou, ainda, como presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) do Porto de São Sebastião. Em 2020, assumiu o cargo na Companhia Docas do Rio de Janeiro.

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