domingo, 24 de novembro de 2024
Dolar Com.
Euro Com.
Libra Com.
Yuan Com.

Em total estado de abandono, o navio Professor Besnard permanece na área onde será implementado o futuro Parque Valongo, no Centro Histórico de SantosCrédito: Paulo Silveira/APS

Região Sudeste

Professor Besnard será desmantelado e removido

8 de julho de 2023 às 13:25
Alexandre Fernandes Enviar e-mail para o Autor

Navio famoso pelas expedições à Antártida não tem condições de navegabilidade e oferece risco ambiental

A Autoridade Portuária de Santos (APS) anunciou na sexta-feira, dia 7, que o navio oceanográfico Professor W. Besnard, famoso pelas várias expedições à Antártida, será desmantelado e removido do Porto de Santos. A empresa pública informou que obteve autorização do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para retirar a embarcação, que não tem mais condições de navegabilidade e representa um risco ambiental.

Com mais de 150 viagens ao continente gelado ao longo de 40 anos, o Professor Besnard teve suas atividades encerradas em 2008. Em total estado de abandono, permanece na área onde será implementado o futuro Parque Valongo, na região do Centro Histórico de Santos.

“A remoção do navio é um passo importante para todo o projeto de revitalização e uso público do trecho do cais compreendido entre os armazéns 1 ao 7 do Porto de Santos, a ser executado pela Prefeitura de Santos e pela Autoridade Portuária”, afirmou o presidente da APS, Anderson Pomini.

A ideia inicial era de afundamento do Professor Besnard de forma controlada para criar recifes artificiais. Isso seria feito em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, já que a prefeitura da cidade é a proprietária do navio. Mas a Capitania dos Portos de São Paulo, baseada em um laudo assinado pelo tecnólogo naval Ismaelso Zanetti Júnior, atestou que a embarcação não reúne condições para sequer ser rebocada até lá.

A proposta de afundar o navio também foi descartada pela Justiça. “O afundamento de estrutura totalmente contaminada está fora de cogitação, agora sim, sob pena de risco efetivo ao meio ambiente natural”.

Vale lembrar que em dezembro de 2022 a APS realizou a retirada de 78 mil litros de resíduos oleosos do interior do navio. Esse volume alagava a embarcação, provocando o seu adernamento, ou seja, a sua inclinação. A Autoridade Portuária realizou o serviço com seus próprios recursos e contou com o apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

Mesmo assim, a empresa que administra o Porto de Santos alertava que a operação era apenas um paliativo e que a permanência da embarcação ainda representava um risco ambiental.

De acordo com a decisão do TJ-SP, a preservação da memória do Professor Besnard foi providenciada pela Universidade de São Paulo (USP). A instituição, inclusive, já tinha removido “todo o material de interesse histórico da embarcação para seu próprio museu, sobrando praticamente apenas a carcaça…”.

Conforme informou na sexta-feira, a APS notificará a Prefeitura de Ilhabela sobre o custo do desmantelamento e dará início às providências para a imediata remoção. E reforçou que esses serviços “deverão obedecer a todos os critérios de segurança ambiental”.

Compartilhe:
TAGS expedições à Antártida PORTO DE SANTOS Professor Besnard risco ambiental