Na última quarta-feira, dia 12, foi concluído o primeiro teste de operação ship to ship com granéis líquidos, por meio da Transpetro, no Berço 106 do Porto do ItaquiCrédito: Divulgação/Emap
Região Nordeste
Porto do Itaqui espera iniciar operação STS em agosto
Autoridade Portuária aguarda liberação da ANP, após realização do primeiro teste no modelo ship to ship
O Porto do Itaqui (MA) espera iniciar as operações ship to ship (STS) com granéis líquidos em agosto. Para isso, aguarda apenas a liberação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), que deve ocorrer nos próximos dias.
A estimativa vem após a conclusão do primeiro teste neste modelo, realizado na última quarta-feira (12), no Berço 106 do complexo, por meio da Transpetro.
Esta era a última etapa que faltava para conclusão do processo que visa autorizar a operação ship to ship no porto maranhense e que pode aumentar em 50% a capacidade de atendimento de navios.
Segundo a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), toda a documentação já foi encaminhada à agência e o porto estima que os trâmites sejam concluídos até o mês que vem.
A operação ship to ship é um tipo de manobra entre navios que pode acontecer tanto em mar aberto (underway) quanto em áreas portuárias, com navios atracados (double banking).
No Porto do Itaqui ela era bastante esperada porque trará mais eficiência operacional. Atualmente, uma transferência entre navios é feita ocupando dois berços do complexo, o que contribui para a formação de fila de navios esperando para atracar.
Com a liberação do modelo ship to ship, um cargueiro poderá transferir carga para outra embarcação ocupando um único berço do Itaqui, reduzindo o tempo de espera de navios e aumentando a capacidade do porto para operar um volume maior de combustíveis.
Teste
A simulação de atracação de navios a contrabordo para operação de granéis líquidos contou com a presença do governador do Maranhão, Carlos Brandão, e do presidente do Porto do Itaqui, Gilberto Lins.
O teste foi feito entre os navios Flagship, originário dos Estados Unidos, e Nave Atria, vindo de Belém (PA), e demonstrou às autoridades responsáveis pelo processo de autorização que este tipo de manobra é segura.
“Esse é um novo momento para o Porto do Itaqui, que, com essa operação, se torna um porto mais eficiente, competitivo e lucrativo, com agilidade e segurança nas atividades. Sem dúvidas é um marco para a história do Maranhão”, disse o governador.
Gilberto Lins explicou que o complexo tem três berços que operam com combustíveis e a partir do momento em que a operação STS é autorizada, “conseguimos dobrar a capacidade com um investimento menor do que, por exemplo, a construção de um berço. Além disso, temos uma entrega mais rápida a níveis de produtividade. Sem dúvidas, é um divisor de águas para o nosso porto”, comemorou o presidente da Emap.
Gerson Melo, gerente geral de operações da Transpetro, destacou que este modelo já é utilizado em outros terminais, como Suape (PE) e Angra (RJ). “Fica claro o potencial e os benefícios que ela (operação) traz para esses portos”, explicou.
Hub de combustíveis
O Porto do Itaqui recebe e distribui diesel, gasolina, querosene de aviação (QAV), gás de cozinha (gás liquefeito de petróleo) e combustível marítimo (MGO) de outros países e também de outros estados do país.
Esse combustível chega por navios e uma parte é descarregada até as distribuidoras para abastecerem, por ferrovias e rodovias, os postos de gasolina dos estados do MA, PI, TO, GO, MT e PA.
Outra parte é transferida de um navio para outro menor, para distribuição dessa carga para outros portos do litoral brasileiro, como Fortaleza (CE), Belém (PA) e Itacoatiara (AM).