Região Sudeste
Hidrovia Tietê-Paraná tem alta de 76% na movimentação de cargas no 1°semestre
De janeiro a junho foram transportadas 810,7 mil toneladas ante 460,3 mil no mesmo período do ano passado
A hidrovia Tietê-Paraná registrou no primeiro semestre de 2023 um aumento de 76% na movimentação fluvial de cargas, em comparação com o mesmo período. Os dados foram divulgados nesta semana a partir de um levantamento realizado pelo Departamento Hidroviário (DH), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo.
De acordo com o relatório, foram despachadas 810,7 mil toneladas entre janeiro e junho, enquanto 460,3 mil toneladas foram transportadas no mesmo período de 2022. Dentre os produtos com maior movimentação estão a soja e o farelo de soja.
No entanto, a hidrovia é responsável por escoar também a produção de milho, madeira, areia e derivados da cana-de-açúcar. Apenas no mês de junho, foi registrado um crescimento de 44,1%, com 234,6 mil toneladas embarcadas, contra 162,7 mil toneladas contabilizadas no mesmo mês de 2022.
“Esse resultado mostra a importância desse modal para a logística econômica do estado de São Paulo. A hidrovia é um eixo fundamental para o escoamento de produtos e bens, e terá ainda mais importância quando completarmos o rebaixamento do canal em Nova Avanhandava”, avaliou Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
O Governo de São Paulo reforçou que a execução dos trabalhos para aprofundar o canal de navegação vai garantir, além de ampliação do transporte de cargas, resiliência em situação de estiagem e melhorias no armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas.
Com investimento de R$ 300 milhões, os serviços devem gerar 1,4 mil empregos diretos e indiretos, e retirar 552 mil metros cúbicos de rochas, equivalentes ao volume de 600 piscinas olímpicas.
“A obra do canal é importantíssima para os terminais intermodais de carga e descarga, principalmente por viabilizar o escoamento dos produtos agrícolas para o Porto de Santos, além de conectar São Paulo com os estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul”, disse a diretora geral do Departamento Hidroviário (DH), Jamille Consulin.
O transporte de cargas utiliza embarcações do tipo “chata”, movimentadas por um empurrador (rebocador específico) e capazes de transportar 1,5 mil toneladas cada uma. No modal rodoviário seriam necessárias 43 carretas, de 35 toneladas cada, para levar o mesmo volume. Para a movimentação desses barcos é preciso que o Rio Tietê esteja com lâmina d’água mínima de 2,20 metros. Como o regime de chuvas no ano passado e este ano foi melhor, a navegação se beneficiou dessa regularidade.
Tietê-Paraná
A hidrovia tem 2,4 mil quilômetros navegáveis e é usada principalmente para o transporte da produção agrícola até o Porto de Santos. Com 14 terminais intermodais para carga e descarga de produtos, conecta seis estados. Em São Paulo, são 800 quilômetros de navegação.