Parkinson de Castro, que participou de forma remota, acha que o crescimento do fluxo de comércio pela hidrovia Paraguai-Paraná é uma “tendência irreversível para o Centro-Oeste”Crédito: Divulgação/Brasil Export
Centro-Oeste Export
Projeto de novo porto no Uruguai é visto como boa opção para o Centro-Oeste
Empreendimento, cuja construção vem sendo discutida pelo governo do país, escoaria produtos da região
O projeto que prevê a construção de um novo porto em Uruguai que pode favorecer a região Centro-Oeste do Brasil foi apresentado por João Carlos Parkinson de Castro, ministro de carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, durante sua participação online no painel “Desenvolvimento de corredores logísticos na região Centro-Oeste”, exposto na última terça-feira (8), no Fórum Centro Oeste Export, realizado na cidade de Sorriso (MT).
Chamado Porto Multipropósito Martín Chico, o projeto do novo complexo ainda está sendo discutido pelo governo uruguaio, mas se sair do papel pode ser uma opção para escoar a exportação dos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, de acordo com Parkinson de Castro.
“Uma das vantagens deste porto é que ele não estará sujeito à falta de calado, podendo ser acessado por navios capesize e barcaças. Sem a necessidade de redução de carga, o porto deve se transformar numa plataforma de transbordo de carga boliviana, paraguaia e brasileira, atendendo Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, disse o ministro de carreira, que participou de forma remota do painel.
O porto deve ser instalado na costa oriental do Rio da Prata, permitindo o acesso de embarcações via hidrovia Paraguai-Paraná. Aliás, o crescimento do fluxo de comércio por esta hidrovia foi destacado por Parkinson de Castro, que acredita ser esta uma “tendência irreversível para o Centro-Oeste”.
O Martín Chico complementaria também a capacidade do Porto de Nova Palmira (Uruguai) em 60 milhões de toneladas. O complexo será privado e promoveria “o aumento da oferta portuária ao longo da hidrovia Paraguai-Paraná, com serviços logísticos, de armazenagem, e a possibilidade de oferecer aos produtores brasileiros do centro-oeste um porto livre, sem intervenção das autoridades uruguaias”, afirmou.
Porém, Adalberto Tokarski, consultor e ex-diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que também participou do painel, disse que para que o porto se torne uma boa opção aos produtores brasileiros, é preciso evitar a taxação da navegação pela hidrovia.
Também participaram do painel Edeon Vaz Ferreira, presidente do Movimento Pró-Logística Mato Grosso e do Conselho do Centro-Oeste Export; e Ellen Capistrano Martins, superintendente da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) e diretora da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
O Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes é uma iniciativa do Grupo Brasil Export, com realização da Una Media Group, produção da Bossa Marketing e Eventos e mídia oficial do BE News.