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Durante a reunião, deputados da bancada de Pernambuco criticaram a retirada do trecho que ligaria a cidade de Salgueiro até o Porto de Suape da concessão assumida pela CSNCrédito: Divulgação/Câmara dos Deputados

Região Nordeste

CSN pede liberação de dinheiro público para concluir obra da Transnordestina

Atualizado em: 17 de agosto de 2023 às 9:11
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Pedido foi feito durante reunião da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) fez um apelo pela liberação de dinheiro público para viabilizar a conclusão da ferrovia Transnordestina. O pedido foi feito na terça-feira (15), durante reunião da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados.

O assunto foi apresentado por Tufi Daher Filho, presidente da Transnordestina Logística (TLSA), concessionária controlada pela CSN, responsável pelas obras que vão conectar o Piauí ao Porto do Pecém (CE). A CSN deverá custear R$ 3 bilhões dos R$7,8 bilhões necessários para finalizar o projeto.

Os recursos restantes para finalizar o projeto, informou Daher, viriam de operações com o BNDES (R$ 600 milhões) e com o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) (R$ 811 milhões já previstos e um adicional de R$ 3,5 bilhões).

“O nosso apelo é que se libere esses recursos, porque a cada mês que se passa, só a correção desse dinheiro parado é mais de R$ 8 milhões por mês, que poderiam estar sendo aplicados na ferrovia”, alertou Daher. Segundo ele, a ferrovia tem um dos menores custos por quilômetro do mundo.

Tufi informou ainda que a CSN também vai pleitear a carência de cinco anos para pagamento de suas dívidas junto aos fundos de investimento, já que o objetivo é concentrar os próximos recursos nas obras e não na amortização de dívidas.

O executivo detalhou que a companhia é responsável por 81% do esforço de financiamento da Transnordestina, que já consumiu R$ 9 bilhões. Segundo ele, desse montante, os recursos públicos responderam por R$ 1,7 bilhões.

“Não tem empresário no Brasil, em nenhum tempo, que colocou um dinheiro desse tamanho para constituir uma ferrovia, o que no meu entender deveria ser feito pelo Estado e depois concedido à iniciativa privada”, pontuou Daher.

Já o diretor de gestão de fundos da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), Heitor Freire, informou que foram liberados até o momento R$ 3 bilhões do total de R$ 3,8 bilhões aprovados, com saldo restante de R$811 milhões.

Para liberar esse saldo, Heitor disse que “Nesse momento, o Banco do Nordeste está emitindo um parecer para a Sudene, nosso corpo técnico vai avaliar”.

Inclusão de Suape

Durante a reunião, deputados da bancada de Pernambuco criticaram a retirada do trecho que ligaria a cidade de Salgueiro até o Porto de Suape da concessão assumida pela CSN. Para o deputado Lucas Ramos (PSB-PE), a medida foi “uma falha de integração regional”. 

Em seguida, o representante do Ministério dos Transportes, Leonardo Cezar Ribeiro, informou que, pelo cronograma da pasta, as etapas que precedem a concessão do trecho de Pecém, incluído no PAC, devem ser iniciadas em 2024, com licenciamentos e desapropriações. Também será avaliado o interesse do setor privado em investir na obra.

“Nós vemos o trecho pernambucano como estruturante e entendemos que o modelo de concessão é adequado para que seja no formato de parceria público-privada”, destacou.

O representante do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Eduardo Corrêa Tavares, também reiterou o compromisso do governo com a visão da “Transnordestina completa”.

“Esse trecho precisa ser feito em conjunto com o governo do estado de Pernambuco, fortalecendo o pacto federativo”, frisou.

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