A planta será instalada em Concepción e terá capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas por ano de celulose kraft de eucalipto. Operações devem ter início em 2027Crédito: Reprodução/Paracel
Mercosul
Paraguai se prepara para receber primeira fábrica de celulose
Paracel será a responsável pelas obras, previstas para iniciarem em 2024, com investimento de US$ 4 bilhões
O Paraguai está se preparando para receber a primeira fábrica de celulose do país, que será implantada pela Paracel. A previsão é que as obras sejam iniciadas no ano que vem, com investimentos na casa dos US$ 4 bilhões.
A planta será instalada em Concepción e terá capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas por ano de celulose kraft de eucalipto. Os trabalhos devem durar 28 meses, com início das operações em 2027.
A Paracel possui ativos florestais próprios com mais de 185 mil hectares de terras dos quais a quase totalidade é adequada para o plantio de eucalipto. Segundo a companhia, a pretensão é encerrar 2023 com 40 mil hectares de florestas plantadas, atingindo 100% do plantio florestal em 2026.
A empresa também destacou as boas condições climáticas da cidade paraguaia para a exploração da atividade, com bom regime de chuvas, topografia plana e solos profundos, tornando a região de Concepción um local ideal para o plantio, cultivo e colheita ao longo de todo o ano. A companhia pretende ainda comprar 40% de madeira de terceiros. A área de reflorestamento está localizada a cerca de 130 km da futura fábrica, que fica próxima do Rio Paraguai.
A produção irá atender à crescente demanda global por produtos de celulose, com destaque para o mercado europeu.
Empresa
A Paracel é fruto da união de duas empresas, de continentes diferentes. Uma delas é o grupo Zapag, líder paraguaio na importação e distribuição de combustíveis, que viu uma oportunidade no crescimento de produtos derivados da celulose e adquiriu terrenos destinados ao reflorestamento.
A outra é o Girindus Investments, um grupo de empresas com sede na Suécia, com experiência na pesquisa e desenvolvimento do negócio da celulose em toda a sua cadeia produtiva.
No ano passado, juntou-se ao projeto da fábrica paraguaia o grupo austríaco Heinzel, líder na indústria de papel e celulose em seu país, com unidades de produção na Áustria, Alemanha e Estônia, e rede global de vendas.
O projeto conta ainda com investidores minoritários do Paraguai e um CEO do Brasil, Flavio Deganutti, ex-diretor de negócios da Klabin.
Além de impulsionar a economia no Paraguai, o empreendimento deve criar uma nova rota competitiva para o mercado da celulose. A companhia estima que, quando entrar em operação, a fábrica assuma papel de destaque na produção mundial deste tipo de produto, e se estabeleça como um importante player no segmento.