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A demanda que virá com a regulação das eólicas offshore foi discutida durante o painel “Ações para o desenvolvimento econômico e de novos negócios na região Sudeste”Crédito: Divulgação/Brasil Export

Região Sudeste

Demanda de mercado offshore pode movimentar portos do Sudeste

Atualizado em: 30 de agosto de 2023 às 8:40
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Para diretor da OSX, portos da região precisam se preparar para atender novo público

Os portos da região Sudeste precisam se preparar para atender a demanda que virá com a regulação das eólicas offshore, aguardada ainda para este ano. A opinião é de Thiago Lemgruber, diretor-presidente da OSX, empresa que atua no Porto do Açu (RJ).

Ele falou sobre o assunto durante sua participação no painel “Ações para o desenvolvimento econômico e de novos negócios na região Sudeste”, debatido na terça-feira (29), no Sudeste Export, em Belo Horizonte (MG). O Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes é uma iniciativa do Grupo Brasil Export, com realização da Una Media Group, produção da Bossa Marketing e Eventos e mídia oficial do BE News.

O painel contou também com a participação de Thiago Toscano, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge); e Sérgio Aquino, presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop). A moderação foi feita pelo jornalista Leopoldo Figueiredo, diretor de Redação do BE News.

Para Thiago Lemgruber, os portos da região Sudeste têm capacidade para atender às demandas a longo prazo que surgirão com a instalação das eólicas offshore na costa da região. Atualmente, projetos dessa natureza se concentram na região Nordeste, mas estudos indicam áreas propícias para esta atividade também no Sudeste, especialmente Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Na última atualização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), no dia 7 de agosto deste ano, o órgão informou que o Brasil tem 189 GW de projetos eólicos offshore em processo de licenciamento. São 78 propostas sendo desenvolvidas em oito estados, nas regiões Sul, Nordeste e Sudeste – com 10 parques para o Rio de Janeiro e quatro para o Espírito Santo.

Segundo ele, a costa marítima do Rio de Janeiro tem condições que possibilitam a atividade: ventos constantes e baixa profundidade.

“O setor precisa de regulamentação e vai demandar logística dos portos do sudeste. Precisamos trabalhar para ter o marco regulatório porque assim que isso acontecer, vai destravar os investimentos”, ressaltou.

A geração de energia dos ventos em alto mar é um mercado ainda considerado inexplorado no país, mas existe a expectativa que ele se desenvolva assim que a regulamentação for aprovada, o que ainda não tem data para acontecer.

Para o Porto do Açu, em operação privada desde 2014, é a cadeia da movimentação de óleo e gás que deve crescer nos próximos anos, afirma Thiago Lemgruber. Ele citou a instalação, pela Petrobras, de cerca de 18 plataformas de petróleo próximas a área de atuação do porto, o que inclusive “já tem causado impacto enorme na cadeia de suprimentos, com falta de barcos e falta de áreas portuárias”, afirmou o executivo.

Ele garantiu que o Porto do Açu está bem posicionado para suprir a demanda petrolífera e citou que a atividade vai trazer forte impacto à economia do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil, já que a operação passará de 3 milhões de barris por dia, para 5 milhões de barris por dia.

Além de aumentar as atracações no porto para suprimentos de fluidos, o segmento movimenta toda a cadeia de produção, serviços de manutenção e logística e traz oportunidades também para empresas que oferecem serviços ambientais, como tratamento de água oleosa, reciclagem das plataformas e reaproveitamento de equipamentos.

ZPE Açu

Thiago também destacou a iniciativa do Estado, há dois anos, de instalar uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no Porto do Açu. A ação não foi para frente após o Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCU-RJ) suspender a licitação.

“A licitação não foi pra frente, mas temos informações de que o Governo está refazendo essa licitação e consideramos esse um dos principais eixos de desenvolvimento do Rio. Ter uma ZPE no Açu significa uma alavanca de desenvolvimento que vai transformar o conceito do porto num porto-indústria de fato”, concluiu.

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