O embarque de grãos, especialmente para a China, foi destaque no resultado do mêsCrédito: Claudio Neves/Portos do Paraná
Nacional
Balança comercial tem superávit de US$ 9,7 bi em agosto e bate recorde
Valor representa o maior saldo já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1989
A balança comercial do Brasil registrou um superávit de US$ 9,767 bilhões em agosto. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) na sexta-feira, dia 1º, esse valor representa o maior saldo já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1989.
O desempenho positivo de agosto pode ser atribuído a um aumento de 1,4% no valor das exportações em comparação com o mesmo período de 2022, alcançando um recorde de US$ 31,211 bilhões. Enquanto isso, as importações tiveram uma queda significativa de 19,6%, totalizando US$ 21,444 bilhões.
O saldo de agosto ficou em linha com as expectativas do mercado, conforme uma pesquisa da agência Reuters com economistas, que previam um superávit de US$ 9,75 bilhões. No mesmo mês de 2022, o País registrou um superávit de US$ 4,1 bilhões.
O destaque desse desempenho foi o aumento de 16,2% no valor das exportações agropecuárias, com ênfase em produtos como soja, milho e café. Houve, no entanto, uma queda de 3,9% nas exportações da indústria de transformação e de 0,3% na indústria extrativa.
Assim como nas exportações, os preços dos produtos importados também recuaram, e o volume importado diminuiu em 7,6% no mês.
Os dados da Secex revelam que o saldo comercial acumulado no ano até agosto atingiu a marca de US$ 63,322 bilhões, um aumento de 44,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, também estabelecendo um recorde. Esse desempenho resultou de exportações no valor de US$ 225,414 bilhões e importações de US$ 162,091 bilhões.
É importante notar que a China tem desempenhado um papel crescente na pauta exportadora brasileira em 2023, representando 30,6% das exportações brasileiras, em comparação com os 28,4% registrados no mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, houve uma redução na participação dos Estados Unidos e da União Europeia.
O diretor do Departamento de Planejamento e Inteligência Comercial da Secex, Herlon Brandão, observou que, apesar da queda nos preços, o aumento no volume exportado neste ano tem compensado essa redução, resultando em um crescimento no valor das exportações brasileiras.