APS lança projeto de geração de hidrogênio verde

Autoridade Portuária pretende utilizar fonte de energia para veículos, navios e até para exportação

A Autoridade Portuária de Santos (APS) lançou nesta segunda-feira o seu projeto para a produção e geração de hidrogênio verde. A fonte de energia limpa sairá a partir da Usina Hidrelétrica de Itatinga, localizada em Bertioga, que é administrada pela Companhia. De acordo com a APS, a ideia é poder abastecer veículos e navios, com a possibilidade de exportação do hidrogênio, a partir da amônia verde. A diretoria da APS reuniu jornalistas em sua sede, onde foi feita a apresentação do novo projeto.

Conforme explicado, a Autoridade Portuária teria condições de produzir hidrogênio verde com a fonte energética a partir da Usina de Itatinga com o seu sistema de reuso de água, onde é feito o reaproveitamento. O processo seria feito a partir de um eletrolisador.

Depois disso, o hidrogênio verde produzido será armazenado e transportado até seus consumidores diretos, que seriam os operadores portuários que atuam no cais santista, além de demais empresas e futuramente indústrias e moradias próximas à região portuária.

Segundo o presidente Anderson Pomini, o projeto para geração do hidrogênio verde se daria através de uma PPP (Parceria Público-Privado), no qual a APS fará uma concorrência que visa a exploração da energia elétrica de Itatinga, a produção do hidrogênio verde, bem como a exploração turística da Usina.

“Pelo nosso cronograma, no próximo ano já estaremos fazendo a publicação do edital, a princípio com formato de PPP. Com isso, resolveremos diversos problemas, trazendo investimentos, gerando energia verde com a capacidade de estruturarmos nossos cais para essa geração de abastecimentos dos navios”, comentou.

Na reunião, o superintendente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da APS, Sidney Aranha, afirmou que a Toyota do Brasil já demonstrou interesse em fazer parceria com o projeto.

Referência entre os portos

Segundo Pomini, o projeto do hidrogênio verde no cais santista pode demandar alguns anos por conta do custo operacional. Entretanto, de acordo com o presidente, dada a estrutura de Itatinga, o custo do Porto de Santos será menor.

“Nossa hidrelétrica apresenta enorme potencial do hidrogênio verde. Alguns parques previstos exigem investimentos na ordem de R$ 15, R$ 20 bilhões. No nosso caso, o custo corresponderia a aproximadamente 20% desses investimentos, pelo simples fato de termos uma usina estruturada. Temos uma base pronta, com isso a gente consegue se apresentar de uma forma muito mais atraente ao mercado”, analisou.

Pomini afirmou que o projeto de energia sustentável coloca o Porto de Santos como uma referência na área de sustentabilidade.

“Temos que dar um passo à frente dos demais portos. E com um projeto como esse deixa claro a ideia, que o Porto de Santos paute os demais portos”, completou.

Responsável pela apresentação do projeto, o Gerente de Utilidades da APS, Rafael Apolinário classificou a iniciativa como promissora e importante na redução de emissão de gases de efeito estufa.

“Vamos fazer a contratação de uma instituição de pesquisa de ensino para fazer o adensamento dos estudos. Nós temos estudos preliminares, então eles vão verificar qual modelagem jurídica, técnica e econômica para essa implementação. Posteriormente faremos nossas análises em cima dos estudos feitos. Somos um dos portos que mais tem movimentação no hemisfério Sul, então é um projeto que tornará o porto totalmente viável e com diferencial muito grande”, resumiu.

Tecnologia

A tecnologia também foi assunto discutido durante o encontro. O Superintendente de Tecnologia da Informação da APS, Marcus Sérgio da Silva Teixeira, apresentou algumas das ações que serão implementadas pela Companhia.

O destaque maior ficou para a utilização de drones, que passarão a fazer parte da tecnologia e segurança da APS. Os equipamentos serão instalados com recurso de visão infravermelha visando o combate do tráfico internacional de drogas a partir do Porto de Santos.

Outro avanço tecnológico trata-se da viabilização do VTMIS (da sigla em inglês Vessel Traffic Management Information System). No momento, a APS submete ao setor Jurídico para a contratação de uma fundação e de um gerente especializado para o sistema, que vai otimizar as operações portuárias com o compartilhamento de dados online. Serão instaladas câmeras com transponders em cinco locais distintos, de modo a cobrir todo o Porto Organizado, além do cais da Usiminas e da VLI.