De olho na eleição para o Governo de São Paulo, Márcio França pode perder o cargo para Silvio Costa Filho, que é do mesmo partido do atual governador, Tarcísio de FreitasCrédito: Divulgação
Nacional
Lula adia anúncio de novos ministros e França não quer sair de Portos e Aeroportos
Geraldo Alckmin está encarregado de apaziguar a relação entre o presidente e o titular da pasta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou mais uma vez o anúncio da reforma ministerial. A expectativa era de que ele nomeasse os novos ministros em sua live semanal realizada na terça-feira, dia 5, mas ele apenas comparou a troca dos titulares das pastas a substituições em um jogo de futebol.
“O técnico entra com um time em campo. No decorrer do jogo, dependendo da tática do adversário, ele vai mudando”, disse Lula no programa “Conversa com o Presidente”.
No entanto, o presidente e sua equipe continuam articulando pelas mudanças. Na terça-feira, Lula chamou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, para um almoço fora da agenda. No encontro, eles trataram sobre a reforma ministerial, mas nada foi definido.
Alckmin está encarregado de apaziguar a relação de Lula com o atual ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que não se conforma em entregar a pasta para o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos/PE). França quer disputar o governo de São Paulo em 2026 e o Republicanos é o partido de seu adversário político, o governador Tarcísio de Freitas.
O ministro Márcio França foi um dos responsáveis pela aproximação de Lula e Alckmin, relação que levou o ex-tucano para a vice-presidência da República. A interlocutores, Alckmin já afirmou que pode deixar a cadeira do MDIC para França, pois o ministro de Portos e Aeroportos não concordou em assumir o futuro Ministério de Micro e Pequenas Empresas.
A reforma ministerial para abrigar os partidos Republicanos e Progressistas vem sendo articulada desde meados de junho, quando a Câmara dos Deputados começou a analisar o texto da reforma tributária. De lá para cá, algumas exigências das siglas e retaguardas de Lula travam a reforma ministerial. Entre elas, a entrega do Ministério do Desenvolvimento Social para o deputado André Fufuca (Progressistas/MA). A pasta abriga o programa social Bolsa Família, reduto eleitoral do PT, e a base de Lula resistiu.
No atual momento, os partidos brigam pela posse do Ministério do Esporte, mas a pasta precisa estar recheada com a Secretaria de Apostas Esportivas, que atualmente está no Ministério da Fazenda. Segundo assessores da Casa Civil, já existe um decreto editado para mudar a secretaria de pasta e entregar o Ministério do Esporte. A ministra da pasta, Ana Moser, esteve no Palácio do Planalto na noite desta terça-feira, 5, mas não falou com a imprensa. O Palácio do Planalto nao confirmou o teor da reunião com o presidente Lula.
Líderes partidários estão começando a se incomodar com a demora das decisões do presidente. Nesta terça-feira, 5, um dos parlamentares afirmou que acredita que “o Governo desaprendeu a fazer política”. “Não sei por que está demorando. Está quase na hora de perder a paciência. Quando os deputados perderem a paciência não vai ficar bom. Parece que está desdenhando do Congresso. A reforma ministerial é para não perder o pouco apoio que tem”, afirmou.