Exportações de soja são destaque
Nacional
Exportações para a União Europeia crescem 47,7%
A balança comercial com este bloco resultou num superávit de US$ 1,09 bilhão
As exportações para a União Europeia cresceram 47,7% e chegaram a US $4,99 bilhões em maio, em comparação ao mesmo mês do ano passado. As importações aumentaram 17,2% e totalizaram US $3,90 bilhões. Assim, a balança comercial com este bloco resultou num superávit de US $1,09 bilhão e a corrente de comércio aumentou 32,6% alcançando US $8,90 bilhões. Os dados foram divulgados no balanço mensal da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
No acumulado do ano, de janeiro a maio, as vendas para a Europa cresceram 40% e atingiram US $19,90 bilhões em relação a igual período do ano anterior. As importações cresceram 12,9% e totalizaram US $17,11 bilhões. Consequentemente, neste período, a balança comercial apresentou superávit de US $2,80 bilhões e a corrente de comércio aumentou 26,0% somando US $37,01 bilhões.
“A União Europeia está buscando alternativas de produtos agrícolas, pois comprava da Rússia e da Ucrânia. E uma dessas alternativas é o Brasil, que é um grande exportador de commodities como soja, milho, café e açúcar. Com isso, o Brasil abre um mercado, porém, não tem produção suficiente e não substitui a China, por exemplo”, disse o economista e cientista político, Fernando Wagner Chagas.
Argentina
As exportações para a Argentina também apresentaram alta no mês de maio, de 27,5%, e somaram US $1,47 bilhões. As importações aumentaram 44% e totalizaram US $1,22 bilhões. Logo, a balança comercial com este parceiro comercial apresentou superávit de US $0,24 bilhões e a corrente de comércio aumentou 34,5% alcançando US $2,69 bilhões.
No período acumulado de janeiro a maio de 2022, em relação a igual período do ano anterior, as vendas para a Argentina cresceram 27,1% e atingiram US $5,91 bilhões. As importações cresceram 11,8% e chegaram a US$ 4,81 bilhões. Com isto, neste período, a balança comercial para este país apresentou saldo positivo de US $1,09 bilhões e a corrente de comércio expandiu-se em 19,7% totalizando US $10,72 bilhões.
“Quando você abre um mercado na Argentina para compensar a perda da China, mesmo sendo do Mercosul, o país vizinho quer uma contrapartida. A Argentina também quer que o Brasil importe mais produtos seus. As trocas comerciais equilibram os dois lados, pois os dois países foram afetados pelo lockdown na China. Isso é positivo, é um fortalecimento entre Brasil e Argentina no comércio exterior”, explicou o economista.
Estados Unidos
Outro parceiro comercial que expandiu as compras do Brasil foram os Estados Unidos. As exportações aumentaram 7,9% em maio deste ano em comparação a maio de 2021 e somaram US $3,09 bilhões. As importações aumentaram 68,5% e chegaram a US $4,88 bilhões. Dessa forma, a balança comercial com os Estados Unidos resultou num déficit de US$ 1,79 bilhão e a corrente de comércio registrou aumento de 38,3% alcançando US $7,97 bilhões.
No acumulado de janeiro a maio deste ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, as exportações para os Estados Unidos cresceram 26,6% e atingiram US $13,60 bilhões. As importações cresceram 51,8% e totalizaram US $20,67 bilhões. Com isso, neste período, a balança comercial para os EUA apresentou déficit de US $7,07 bilhões e a corrente de comércio aumentou 40,7% chegando a US $34,27 bilhões.
Chagas afirmou que o governo Biden implementou uma política de expansão das relações comerciais com países do Mercosul para impedir o crescimento do mercado da China na América do Sul. “A tendência é exportar o máximo para a América do Sul. E a preferência é pelo Brasil. Isso porque a China está entrando muito forte na América do Sul, especialmente no Uruguai. Então, os Estados Unidos querem evitar que a China tome um espaço muito grande de comércio exterior no Brasil. A tendência dos Estados Unidos é exportar ao máximo para o Brasil e, também, importar ao máximo do nosso País”, afirmou.
Segundo Chagas, os Estados Unidos têm interesses no Brasil não apenas comerciais, mas também geopolíticos.