Diogo Piloni em sua participação no Sul Export
Nacional
Piloni vai trabalhar em grupo internacional de terminais portuários
Ex-secretário nacional de Portos anuncia que será consultor da Terminal Investment Limited, do Grupo MSC
O ex-secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários Diogo Piloni anunciou na tarde desta quinta-feira, em uma de suas redes sociais, que passou a trabalhar como consultor internacional da Terminal Investment Limited, mas com atuação exclusiva em mercados fora do Brasil. O comunicado ocorreu cerca de três semanas após ter sido exonerado, a pedido, do cargo de secretário nacional, no Ministério da Infraestrutura. Nessa função, Piloni era a principal autoridade do País no setor portuário.
A Terminal Investment Limited ou TIL é uma das principais operadoras internacionais de terminais portuários. A empresa tem como principal acionista o Grupo MSC, da armadora Mediterranean Shipping Company, e conta com 29 instalações em 26 portos, no Brasil, no Panamá, em Portugal e em outros 18 países.
Ao anunciar sua nova atividade profissional, sua estreia no setor privado, Piloni destacou que essa atuação foi analisada e aprovada pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Segundo fontes ligadas ao Ministério da Infraestrutura, o aval da comissão foi emitido no último dia 31 de maio. Depois, ele obteve a licença de seu cargo no Governo Federal (ele é funcionário de carreira, tendo ingressado no setor público como analista de infraestrutura do Ministério da Economia). Logo em seguida, assinou seu contrato com a TIL, passando a responder diretamente à sede da operadora, em Genebra.
Em seu comunicado na rede social, o ex-secretário de Portos informou que “a missão inclui análise do marco regulatório aplicável a concessões portuárias na América Latina e Portugal, avaliando os riscos nos atuais contratos de concessão e sugerindo estratégias de melhoria em futuras negociações ou renovações de contratos, bem como detectando novas oportunidades de investimento em terminais gerenciados pela TiL, especialmente em Sines – Portugal, Panama City – Panama, Callao – Peru, Valparaiso – Chile e Buenos Aires – Argentina”.
Diogo Piloni ainda comentou, em sua postagem, que estava “muito entusiasmado por atuar junto a um grupo que tem um portfólio de investimentos de cerca de US$ 3 Bilhões, apenas na América Latina (exceto Brasil) e em Portugal!”
Reação
A ida de Diogo Piloni para a TIL, mesmo que na condição de consultor e com uma atuação restrita a empreendimentos fora do Brasil, não surpreendeu o mercado. Já se sabia que a operadora era uma das empresas interessadas em sua contratação. O executivo começou a ser sondado quando sua decisão de deixar o cargo no Ministério da Infraestrutura, semanas antes de sua exoneração, começou a circular em Brasília e no setor portuário.
Além da TIl, manifestaram interesse em contratar Piloni grandes operadoras portuárias de granéis sólidos e de granéis líquidos.
Em entrevista exclusiva ao BE News no dia 24 de maio (horas após sua exoneração ter sido oficializada) e publicada no dia 25 (que pode ser acessada aqui), Piloni revelou que poderia passar a atuar na iniciativa privada, o que dependeria da avaliação da Comissão de Ética Pública do Governo Federal. O órgão iria analisar se haveria necessidade de um período de quarentena, antes de Piloni estar liberado para trabalhar no setor privado, especialmente em empresas do setor portuário e de transportes.
Como se verificou, a comissão liberou o executivo da quarentena. Essa medida é adotada principalmente para ocupantes de cargos de confiança (como o de secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários), quando deixam o Governo para assumir funções em entidades privadas que atuam no mesmo setor. O objetivo é evitar que informações privilegiadas obtidas durante o cargo público possam ser passadas diretamente para o segmento privado.