A assinatura do acordo visa que a empresa israelense desenvolva tecnologias inovadoras de monitoramento em tempo real das profundidades do leito marítimoContrato: Divulgação/PortosRS
Região Sul
Portos RS usará tecnologia de startup israelense para monitorar leito marítimo
Rebocadores da Wilson Sons também serão utilizados para coletar dados sobre as vias de navegação
A Portos RS, Autoridade Portuária responsável pela administração dos portos públicos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, firmou um contrato com a DockTech, startup israelense. O acordo, inédito para o setor portuário, visa que a empresa desenvolva tecnologias inovadoras de monitoramento em tempo real das profundidades do leito marítimo. Segundo a Portos RS, o objetivo principal é aumentar a eficiência e a segurança das operações marítimas e portuárias.
A DockTech desenvolveu uma solução, por meio da tecnologia de gêmeos digitais e análise massiva de dados, que utiliza as medições de profundidade coletadas por rebocadores e embarcações de apoio portuário para criar uma representação virtual do leito marinho dos portos e vias de navegação. Desta forma, a solução permite acompanhar em tempo real a profundidade dos canais e entender como o padrão de assoreamento dos portos pode afetar a segurança da navegação e o transporte de cargas.
Após dois anos de colaboração, testes e coleta de dados, o sistema monitora o leito marítimo e hidroviário das vias de navegação dos complexos portuários administrados pela Portos RS, por meio dos rebocadores da Wilson Sons e outras embarcações que operam na região.
De acordo com a Autoridade Portuária, foram instalados dispositivos nas embarcações, envolvendo a integração da solução tecnológica com sensores de maré e dados AIS (Automatic Identification System), além de toda a configuração de marés, zoneamento e demarcações no sistema.
Atualmente, a DockTech já possui operações ativas em nove países, contabilizando 122 embarcações que fazem o monitoramento em 35 localidades. Além de monitorar os portos do Brasil, por meio da frota de mais de 80 rebocadores da Wilson Sons, a startup opera nos Estados Unidos (Tampa Bay e Rio Mississipi), Colômbia (Barranquilla), Equador (Guayaquil), Austrália (Geraldton), Alemanha (Hamburgo), Romênia (Danúbio), Espanha (Valencia) e Israel (Ashdod).
“A contratação da Portos RS é um marco nas nossas atividades no País. A tecnologia aplicada no Brasil, assim como em outros países, mostra que nossa solução contribui com a gestão diária das operações portuárias. Nosso propósito é, com o uso da tecnologia, evitar custos desnecessários por meio de um planejamento mais assertivo das dragagens e do comportamento do leito marítimo, permitindo também que mais carga seja embarcada nos navios com ainda mais segurança”, afirmou o CEO e fundador da DockTech, Uri Yoselevich.
Segundo a Portos RS, a Wilson Sons está há mais de três anos cooperando com a startup, disponibilizando sua frota para coletar os dados de profundidade em todos os portos em que opera ao longo da costa brasileira.
Atualmente, a Portos RS é responsável pela administração de mais de 754 quilômetros de vias navegáveis dos portos públicos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. Em 2022, no total, foram quase 40 milhões de toneladas de cargas movimentadas nesses complexos portuários.
“A solução da DockTech fornecerá uma maior visibilidade das condições de fundo das hidrovias da região, ajudando nossas equipes de operações e dragagem a tomar decisões baseadas em dados para aprimorar a segurança, a sustentabilidade e a eficiência”, comentou o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.
No Brasil
Em dezembro de 2021, a Wilson Sons e a DockTech assinaram um importante acordo para o desenvolvimento da tecnologia. Trata-se do acordo de cooperação técnica assinado com a Autoridade Portuária de Santos (APS), um marco para aperfeiçoamento e uso da tecnologia no Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina.
De lá para cá, além da Portos RS e da APS, a startup vem provando o valor de sua solução, com cartas de intenção assinadas, desenvolvendo as aplicações em diversos outros portos brasileiros, como os portos de Imbituba e São Francisco do Sul, em Santa Catarina, e o Porto de Paranaguá, no Paraná.