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Autoridades e especialistas participaram do painel “Transporte hidroviário de cargas, os avanços na Hidrovia Lagoa Mirim-Lagoa dos Patos e a Hidrovia Paraguai-Paraná”Crédito: Divulgação/Brasil Export

Mercosul

Projetos que visam melhorar a logística entre Brasil e Uruguai são apresentados

Atualizado em: 20 de setembro de 2023 às 12:22
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Foi discutido o potencial do Terminal Tacuarí e do Porto Multipropósito Martín Chico para favorecer o escoamento de carga binacional

Os projetos do Terminal Tacuarí e do novo Porto Multipropósito Martín Chico, ambos no Uruguai, foram detalhados durante o painel “Transporte hidroviário de cargas, os avanços na Hidrovia Lagoa Mirim-Lagoa dos Patos e a Hidrovia Paraguai-Paraná”, exposto no Mercosul Export, em Montevidéu, no Uruguai.

O Fórum de Logística, Infraestrutura e Transportes aconteceu entre os dias 11 e 13 de setembro, em uma iniciativa do Grupo Brasil Export, com realização da Una Media Group, produção da Bossa Marketing e Eventos e mídia oficial do BE News.

Participaram da conversa Carlos Foderé, representante do Terminal Tacuarí; Martín Garcia, representante do porto Martín Chico; Eduardo Nery, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); e Adalberto Tokarski, Consultor da J&F Mineração e ex-diretor da Antaq.

Em sua apresentação, Carlos Foderé detalhou as etapas e vantagens do projeto que prevê a implantação de um terminal de cargas no Rio Taquari, próximo à hidrovia Lagoa-Mirim. Quando operacional, o transporte de cargas do Uruguai até o Porto do Rio Grande (RS) poderá ser feito via rio Taquari/Lagoa Mirim/Canal São Gonçalo/Lagoa dos Patos, diminuindo a dependência do modal rodoviário e aumentando a competitividade dos negócios binacionais. Contudo, o projeto é discutido há pelo menos 13 anos e ainda não tem prazo para sair do papel.

“É difícil estimar, mas consideramos dois anos”, disse Foderé. Segundo ele, um dos maiores entraves é a necessidade de dragagem de manutenção do canal que liga a Lagoa Mirim com o Canal São Gonçalo.

Sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a dragagem que pode viabilizar o Terminal Taquari também segue sem data para ocorrer, mas de acordo com Nery, há possibilidade que ela seja feita até 2025, acompanhando o prazo para o edital de concessão da hidrovia Lagoa Mirim.

Já a construção de um novo porto no Uruguai que pode favorecer a região Centro-Oeste do Brasil foi apresentado por Martín Garcia. Chamado de Porto Multipropósito Martín Chico, o ativo privado será construído na costa oriental do Rio da Prata, com acesso via hidrovia Paraguai Paraná, e com capacidade de receber milhões de toneladas de cargas exportadas pelos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“Serão seis terminais cujo objetivo é ser a plataforma de transbordo para cargas que transitam na hidrovia Paraguai Paraná, entre elas as cargas que saem do Centro-Oeste. O porto poderá receber produtos do agronegócio, minério de ferro, combustíveis, fertilizantes, entre outros”, detalhou Martín. O complexo uruguaio deve contar também com uma retroárea com espaço para receber depósitos, silos e tanques.

Segundo o represente, o cronograma do projeto prevê a licença ambiental até o fim deste ano, em seguida a finalização dos contratos com os potenciais clientes que vão operar os terminais e a construção já no próximo ano, garantiu.

Martín Garcia ressaltou ainda que a existência do projeto uruguaio está inteiramente baseada no incremento da produção da região Centro-Oeste e nas iniciativas do Brasil de procurar outras saídas para escoar suas cargas, entre elas, explorar o potencial das hidrovias.

Com isso, observa, o Brasil vai precisar de uma plataforma com capacidade para fazer o transbordo dos produtos entre as barcaças e os navios oceânicos. “Neste sentido, eu diria que o timing das decisões do Brasil e a possibilidade do Uruguai de fazer esse porto é incrível”, celebrou.

Martín afirmou que, em sua capacidade máxima, o novo porto será capaz de operar entre 60 e 80 milhões de toneladas, dependendo da tipologia de cargas desenvolvidas pelos clientes finais.

Centro-Oeste

Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado em 2020, a região Centro-Oeste lidera a produtividade média do trabalho agrícola no País devido ao uso crescente de inovações tecnológicas. Além disso, a região vem quebrando recordes de produção ano após ano.

Neste ano, só Mato Grosso do Sul tem aumento previsto de 23,3% na safra atual de grãos em comparação com a anterior, saltando de 22 milhões para 27,1 milhões de toneladas.

Com colheitas cada vez maiores, a região tem enfrentado até mesmo problemas de armazenagem para estocar soja e milho, com produções inteiras de grãos ficando do lado de fora dos galpões. O problema, inclusive, foi abordado durante o Centro-Oeste Export, realizado em agosto.

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