Vale investirá R$ 240 milhões em infraestrutura 4G na ferrovia Carajás

Serão instaladas 49 novas torres de telefonia móvel ao longo dos trilhos que ligam os estados do Maranhão e Pará

A Vale vai investir R$ 240 milhões até 2025 na implantação e melhoria da infraestrutura 4G ao longo dos 900 km da ferrovia Carajás, que liga os estados do Maranhão e Pará, contemplando as 28 cidades do trajeto. O projeto é uma parceria com a empresa de telefonia Vivo, com infraestrutura fornecida pela Nokia.

Ao todo, serão instaladas 49 novas torres de telefonia móvel, além da ativação de sinal em outras 27 torres já instaladas. Com isso, toda a comunicação da ferrovia será alterada de analógica para digital. E, apesar de ser classificada como rede privada, a ideia é que as comunidades vizinhas à ferrovia e à operação ferroviária sejam beneficiadas com o sinal de internet. 

A Vale explicou que a nova tecnologia vai acelerar a troca de dados com os trens, melhorar a comunicação entre os funcionários, aumentar a segurança e a eficiência da operação. Uma das possibilidades será a transmissão de vídeo em tempo real para que o maquinista tenha mais visibilidade em outros trechos da via. Também serão usados dispositivos de telemetria para análise do desempenho dos trens em tempo real. 

Para os moradores do entorno, serão disponibilizados 280 pontos de acesso gratuito. Os locais serão definidos após diálogo com lideranças das comunidades e representantes do poder público, mas a intenção é que sejam priorizadas áreas de grande circulação, hospitais, escolas e centros comunitários. 

A internet também deve melhorar a experiência no trem de passageiros que percorre o trecho. Segundo a Vale, até o fim de 2024, as 15 estações de passageiros ao longo da ferrovia terão sinal gratuito. Na primeira fase, as estações beneficiadas serão: São Luís, Vitória do Mearim, Santa Inês e Açailândia (MA); e Marabá e Parauapebas (PA). 

Um dos objetivos é viabilizar o pagamento de refeições com uso do cartão de crédito nas viagens do trem de passageiros, conectando os equipamentos do carro restaurante à nova rede que será instalada. Hoje, devido à instabilidade ou ausência de sinal, o pagamento é feito somente com dinheiro em espécie.

Em comunicado à imprensa, Eduardo Bartolomeo, presidente da Vale disse que a parceria atende não apenas às necessidades da Vale, mas também das comunidades, com a oferta do sinal 4G em todo o trajeto da EFC, e aos usuários do trem de passageiros, “melhorando a conectividade na viagem”, ressaltou.

Alex Salgado, vice-presidente de negócios da Vivo, disse que o projeto de rede privativa “tem papel preponderante na materialização de iniciativas que aceleram a digitalização industrial, potencializando tecnologias como IoT, Big Data, Inteligência Artificial e analytics dentro da operação, transformando dados em inteligência, garantindo mais segurança, redução de custos e ganho de eficiência”.

O investimento em Carajás faz parte de uma parceria que começou em 2019, quando a Vale assinou o primeiro contrato com a Vivo para uma rede privada 4G cobrindo suas operações de mineração.

Atualmente, a Vale opera 22 máquinas autônomas em seu complexo de mineração de Carajás, entre caminhões e perfuratrizes, utilizando 4G da Vivo e Nokia. A rede também é usada para monitoramento das barragens do complexo de Itabira (MG).