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Na imagem divulgada pelo prefeito João Henrique Caldas dá para ver o momento em que o rompimento ocorreu, causando grande movimentação no espelho d’água da lagoa / Divulgação Prefeitura de Maceió

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Mina 18 da Braskem se rompe em Maceió

Atualizado em: 11 de dezembro de 2023 às 9:29
Vanessa Pimentel Enviar e-mail para o Autor

Local onde houve o rompimento fica sob a lagoa Mundaú, que agora deve ficar salinizada, causando prejuízos para a fauna e a flora local

A mina 18 operada pela Braskem em Maceió (AL) sofreu um rompimento no domingo (10), conforme informou a prefeitura da capital do estado. Até o fechamento desta edição ainda não havia detalhes sobre a dimensão dos danos, nem se toda a área monitorada foi afetada. Mas a Defesa Civil municipal confirmou o desabamento na área, no bairro Mutange.

O local onde aconteceu o rompimento fica sob a lagoa Mundaú, que agora deve ficar salinizada, causando prejuízos para a fauna e a flora local. O prefeito João Henrique Caldas afirmou que mais informações sobre o assunto ainda estão sendo colhidas e serão compartilhadas assim que possível.

Na imagem divulgada pelo prefeito nas redes sociais dá para ver o momento em que o rompimento ocorreu, causando grande movimentação no espelho d’água da lagoa. “A Defesa Civil de Maceió ressalta que a mina e todo o seu entorno estão desocupados e não há qualquer risco para as pessoas”, disse Caldas, em uma rede social.

Em nota, a Braskem afirmou que câmeras que monitoram o entorno da cavidade 18 registraram às 13h15 deste domingo um movimento atípico de água na lagoa, no trecho sobre essa cavidade. Movimento semelhante ocorreu por volta das 13h45.

“O sistema de monitoramento de solo captou a movimentação por meio de DGPS (aparelhos de alta precisão para detectar movimentações do solo). As autoridades foram imediatamente comunicadas, e a Braskem segue colaborando com elas”, diz o texto emitido pela empresa. Ainda não se sabe o diâmetro da cratera formada pelo colapso da mina.

Em nota publicada na última quinta-feira (7), as coordenações municipal, estadual e nacional de Defesa Civil apontaram que a área com risco de colapso teria diâmetro de 78 metros, três vezes o raio da mina 18 e similar ao comprimento de uma piscina olímpica e meia.

No total, o afundamento do solo atinge cinco bairros da capital de Alagoas e foi causado por atividades da Braskem no local em busca de sal-gema. As operações começaram em 1979 e foram interrompidas em 2019, após os primeiros sinais de afundamento. Desde então, a empresa vem trabalhando para preencher as cavidades de 35 minas no local.

A velocidade de afundamento da mina 18 se acelerou no sábado (9), chegando a 0,54 cm por hora e apresentando um movimento de 13 cm em 24 horas, segundo boletim emitido pela Defesa Civil. O rebaixamento da cavidade de onde era extraído sal-gema já acumula 2,24 m. O município está em estado de emergência por 180 dias desde o dia 29 de novembro, conforme determinação do prefeito.

Ao todo, cerca de 20% do território da capital alagoana foi afetado, e cerca de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. Muitos animais também foram abandonados.

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil, órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, concluiu que as atividades de mineração da Braskem em uma área de falha geológica causaram o problema.

 

LEGENDA

Na imagem divulgada pelo prefeito João Henrique Caldas dá para ver o momento em que o rompimento ocorreu, causando grande movimentação no espelho d’água da lagoa

 

Crédito: Divulgação/Prefeitura de Maceió

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