Administração do Porto de Sines completa 46 anos e assume papel de catalisadora de negócios

Em entrevista exclusiva ao BE News, presidente da entidade, José Luis Azevedo Cacho falou sobre os planos para o complexo

A Administração do Porto de Sines, o mais movimentado complexo marítimo português, completa 46 anos neste dia 14 de dezembro com um compromisso estratégico de crescimento baseado em três pilares: ser um catalisador de negócios, transformar o papel de gestão de infraestrutura em gestão de rede de stakeholders e conhecer melhor a dinâmica empresarial de modo a antecipar as demandas de expansão.

Ao BE News, o presidente da entidade, José Luis Azevedo Cacho, destacou que, apesar de Sines ser uma instalação recente se comparada a vários dos principais portos do mundo – a construção teve início em 1973, com constituição da Administração em 1977 e início das operações no ano seguinte -, “hoje é uma referência no contexto internacional, tendo como objetivo assumir, cada vez mais, um papel de relevo no panorama ibérico e europeu”.

A entidade também administra os portos de Faro e de Portimão desde março de 2014, mas é Sines o equipamento que exerce uma função essencial para o abastecimento energético de Portugal, com grande capacidade de expansão de sua zona logística e industrial e estrutura organizada. Em 2022 movimentou 44.812 milhões de toneladas, em uma composição formada quase na integralidade por granéis líquidos e carga geral. No primeiro semestre deste ano consolidou sua posição como o 14o. mais movimentado porto de contêineres da Europa. A atual gestão não tem medido esforços para diversificar mercados e estabelecer parcerias, com uma agenda que tem possibilitado a aproximação com a América do Sul e a África.

Diretrizes

Cacho explica que a Administração local trabalha focada nas diretrizes do plano diretor 2020-2030, no qual foram definidos três fatores de competitividade para garantir o desenvolvimento de Sines. Entre eles está expandir a atividade local de indústria e logística com meta de 40% de crescimento do volume de cargas com origem/destino na região, criando ainda “empresas âncora” que garantam suporte à atividade portuária. “Para isso atuamos de modo a conhecer melhor a dinâmica empresarial, das cadeias de abastecimento e o impacto do Porto no desempenho das cadeias logísticas, além de assumir a função promotora de tráfego e capacitar a empresa para atuar antecipadamente”.

Os outros dois pilares da estratégia da administração portuária são a captura de carga ibérica, com o objetivo de alcançar uma parcela de mercado de 8% nos movimentos ibéricos de importação e exportação, e garantir a satisfação dos stakeholders. “Com isso pretendemos fazer com que a oferta portuária esteja de acordo com as expectativas da hinterlândia”, aponta Cacho. Neste conjunto de estratégias, o presidente também destaca a orientação de estabelecer corredores logísticos sustentáveis e digitais capazes de dinamizar a eficiência das operações e atrair investimentos estruturantes.