Aeroporto de Lisboa tem mais um dia de cancelamento de voos

A ANA – Aeroportos de Portugal, que faz a gestão do Humberto Delgado, em Lisboa, informou 29 viagens suspensas na segunda-feira

Depois de um final de semana com mais de 130 voos cancelados no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a ANA – Aeroportos de Portugal, que faz a gestão do equipamento, informou o cancelamento de cerca de 29 voos na segunda-feira (4), sendo 15 partidas e 14 chegadas. Este número é inferior ao registado durante o último fim de semana, que contabilizou 65 cancelamentos no sábado (2), e 39 no domingo (3). 

Para tentar amenizar a situação, desde o mês passado o Ministério da Administração Interna (MAI), departamento do Governo de Portugal responsável pela execução das políticas de segurança pública, implantou um plano de contingência que, entre outras medidas, vêm aumentando de forma progressiva a quantidade de inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) que atuam em aeroportos. 

Na segunda-feira, o plano começou a ser aplicado em sua totalidade, ou seja, os mais de 100 postos para inspetores da SEF e da PSP foram preenchidos. 

Entre as vantagens, o reforço permite que os 16 boxes de controle de passageiros do aeroporto de Lisboa funcionem praticamente todo o tempo, principalmente durante as horas de maior fluxo de passageiros.

“O plano entra hoje (segunda-feira) na máxima afetação de meios para a qual foi desenhado, sendo que irá continuar a ocorrer uma monitorização, durante todo o verão, por via do diálogo entre o Ministério da Administração Interna, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a ANA – Aeroportos de Portugal, e outras entidades relevantes em todo o processo, para que se possam realizar, a cada momento, os ajustamentos necessários”, disse o ministério tutelado por José Luís Carneiro, em comunicado de balanço do primeiro mês do plano de contingência Verão IATA 2022. 

Segundo o texto, o plano de contingência para os aeroportos portugueses foi preparado para enfrentar o aumento exponencial do desembarque de passageiros no período do verão, ao reforçar  a capacidade de controle das fronteiras externas da União Europeia, ao mesmo tempo que garante a segurança do Espaço Schengen – área criada por convenção entre países europeus na qual não há controles fronteiriços ou alfandegários. 

“Não obstante o grande número de voos e o volume de passageiros controlados, verificou-se a inexistência de constrangimentos assinaláveis, após o início de implementação do plano, excetuando situações pontuais em Lisboa e Faro”, destaca o MAI. 

O texto sublinha que “foi possível aumentar significativamente a taxa de ocupação das boxes nos períodos considerados de pico, permitindo assim um processamento mais célere dos fluxos de passageiros”.

No balanço, o ministério afirma que diminuíram substancialmente os tempos máximos de espera observados nos aeroportos, em especial no aeroporto de Lisboa, onde “só muito raramente atingiu os 60 minutos na última semana, ficando em regra muito abaixo”.

O ministério salienta que o plano traz reforço substancial de recursos humanos para atender os aeroportos e novas soluções tecnológicas e operacionais.

REFORÇO

De acordo com o MAI, 55 inspetores do SEF foram enviados aos aeroportos, sendo 25 para Lisboa, 15 para Faro e 15 para o Porto, além de 176 agentes da PSP com curso de controle de fronteiras ministrado pelo SEF, dos quais 42 iniciaram em suas funções na segunda-feira.

No âmbito das soluções tecnológicas, o que está sendo feito é a atualização e o monitoramento constante dos equipamentos tecnológicos disponíveis, como o controle antecipado de passageiros.

CANCELAMENTOS

A maioria dos cancelamentos aconteceu na TAP, companhia aérea portuguesa. A transportadora coloca a culpa nos constrangimentos que aconteceram nos aeroportos europeus, como as greves dos últimos dias.

Já o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil diz que a falta de tripulação também pesou nos cancelamentos, mas a TAP afirma não ter pessoal a menos.

Porém, o problema tem sido observado em outros países da Europa e também nos Estados Unidos. Na Espanha, só no último sábado (2), 15 voos foram cancelados e 175 foram adiados no aeroporto de Madri em decorrência da greve de tripulantes das companhias Ryanair e EasyJet, que pedem melhores salários e condições de trabalho. 

Nos Estados Unidos, mais de 600 voos foram cancelados e cerca de 2.100 estavam atrasados nos aeroportos do país, também no sábado (2). 

Segundo informações da agência de notícias France Presse, a situação está associada a uma redução de pessoal de cerca de 15% nas companhias aéreas dos Estados Unidos, devido à pandemia de Covid-19.

As empresas do setor dizem estar trabalhando para resolver o problema, intensificando as campanhas de recrutamento de pilotos e de outras categorias de pessoal, além de reduzir o número de lugares disponíveis para os passageiros.