O preço do diesel S500 cresceu 51,16% na região Sudeste desde fevereiro do ano passado (crédito: Divulgação)
Região Sudeste
Aumento no diesel provoca alta histórica de 7,2% no frete rodoviário
Em pouco mais de um ano, preço do combustível subiu mais de 50% na região
A edição de maio do Índice Fretebras do Preço do Frete (IFPF) apontou que, após sucessivos aumentos no diesel, o preço do frete rodoviário começou a subir, mas sem acompanhar a escalada de preço do combustível. Só na região Sudeste, entre maio de 2021 e maio deste ano, o custo do transporte por quilômetro rodado por eixo atingiu alta recorde de 7,2%. Já o preço do diesel S500 cresceu 51,16% na região desde fevereiro do ano passado, quando o índice começou a ser divulgado.
Com a nova alta de 14,26% no preço do combustível anunciada pela Petrobras no dia 17 do mês passado, a expectativa da Fretebras é que os caminhoneiros autônomos intensifiquem as negociações dos fretes para tentar compensar a escalada no custo do transporte.
O cenário também tem desanimado a categoria, já que dos 1.300 motoristas entrevistados pela plataforma, 44,8% disseram que pensam em deixar a profissão em breve devido ao aumento nos custos do transporte.
Para o mês de maio, foi também a região Sudeste que apresentou um dos valores mais altos de frete, com R$ 1,04 por km rodado por eixo, valor acima da média nacional, de R$ 1,02. Mesmo assim, a disparidade entre custo de frete e de combustível ainda é grande, já que o aumento do frete foi 0,91% na região, enquanto o preço do diesel teve alta de 3,35% no mês.
A região Sul apresentou a segunda maior alta no frete rodoviário, de 4,10%, outro recorde registrado pelo índice no comparativo anual. O setor que puxou o acréscimo no valor do frete foi o de transportes de produtos industrializados (+4,17%). Não à toa as regiões mais industrializadas do País acompanharam essa tendência.
No cenário nacional, entre maio de 2021 e maio de 2022, o custo do transporte por quilômetro rodado por eixo atingiu alta recorde de 3,79%, enquanto o preço do diesel S500 subiu 53,11% no mesmo período. Só neste ano, de abril para maio, houve um maior aumento do diesel (+3,67%) em relação ao preço do frete, que ficou praticamente estável (+0,98%).
Metodologia
Os dados que compõem o Índice Fretebras de Preço do Frete (IFPF) têm base na análise de cerca de 4 milhões de fretes cadastrados até maio de 2022. A plataforma conta com mais de 700 mil caminhoneiros cadastrados e 18 mil empresas assinantes.
Os fretes publicados cobrem 95% do território nacional. Foram analisados também os preços de combustíveis publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), principal índice de preço de combustíveis no Brasil.
Para o diretor de Operações da Fretebras, Bruno Hacad, o cenário é de desafio no dia a dia dos caminhoneiros, que precisam estar atentos e fazer as contas para entender quando um frete vale a pena ou não.
“Nós entendemos a real dificuldade do caminhoneiro em fazer o cálculo dos gastos. Por isso, incluímos no nosso aplicativo uma calculadora de custo do frete que permite a qualquer motorista saber a despesa do trajeto antes de negociá-la”.
Ainda de acordo com o diretor, outro fator que dá mais poder de negociação para o motorista é ter muitos fretes à disposição.
“Nós notamos que nossos caminhoneiros parceiros têm rodado com mais lucro, justamente porque podem escolher entre milhares de fretes que temos disponíveis na nossa plataforma. É um reequilíbrio na balança das negociações”, explicou.