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Estudos avaliaram que serão necessários cerca de US$ 2 bilhões na transição para uma cadeia de abastecimento para a frotaCrédito: Divulgação 

Internacional

Amônia verde pode descarbonizar 60% do transporte marítimo

15 de janeiro de 2024 às 9:08
Paulo José Ribeiro Enviar e-mail para o Autor

Análises foram realizadas por pesquisadores da Universidade de Oxford, da Inglaterra

Um estudo publicado na revista científica Environmental Research: Infrastructure and Sustainability indicou a amônia verde como um combustível capaz de promover a descarbonização de mais de 60% do transporte marítimo global até 2050. As análises foram realizadas por pesquisadores da Universidade de Oxford, da Inglaterra.

Considerando os custos de produção da amônia, o trabalho partiu do pressuposto de que serão necessários cerca de US$ 2 bilhões na transição para uma cadeia de abastecimento de amônia verde até 2050. A Austrália se apresentou como o país com a maior necessidade de investimentos, visando o fornecimento aos mercados asiáticos.

Outros locais também possuem demanda para grandes clusters, como é o caso do Chile, que abasteceria a América do Sul, a Califórnia para abastecer o oeste dos Estados Unidos, o sul da Península Arábica para atender a própria região e partes do sul da Ásia, além do noroeste da África para suprir a procura europeia.

A pesquisa apontou a amônia verde produzida pela eletrólise da água com eletricidade renovável como uma fonte alternativa de combustível para descarbonizar a indústria naval em um ritmo mais acelerado. A proposta foi feita a partir da investigação da viabilidade de purificadores de gases de escape de navios a diesel. Mas ainda há grande incerteza sobre a forma como devem ser feitos os investimentos para criação da infraestrutura necessária para a construção de uma cadeia de abastecimento.

A equipe da Oxford desenvolveu uma estrutura de modelagem para criar cenários viáveis para estabelecer uma cadeia global de fornecimento de combustível de amônia verde, com o objetivo de orientar os investidores. O sistema abrange a procura pelo combustível, cenários comerciais futuros e um modelo de otimização para a produção, armazenamento e transporte.

No Brasil

O Brasil ocupa uma posição de destaque no mercado de amônia e hidrogênio verde (H2V). O país é um dos poucos com características de matriz renovável que permitem uma produção competitiva e em larga escala, assim como seus derivados.

Entre alguns dos investimentos realizados no Brasil, está o hub de hidrogênio verde do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE), que já firmou pré-contratos com empresas para exportação de amônia e produção de H2V, e receberá R$ 2,2 bilhões em recursos da Autoridade Portuária (CIPP SA) para a sua implementação até 2027.

O Porto de Suape (PE) assinou um memorando de entendimento com a Voltalia e o Governo de Pernambuco para cooperação em um projeto de produção de hidrogênio verde (H2V) e derivados em áreas próximas ao porto. Também na Região Nordeste, a União Europeia anunciou que irá apoiar a construção de uma usina de hidrogênio verde no Piauí.

Levantamentos indicam que o mercado de hidrogênio verde pode movimentar entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões anuais até 2040.

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TAGS amônia verde Austrália Infrastructure and Sustainability Universidade de Oxford