Adiamento do novo aeroporto de Lisboa custará 7 bilhões de euros, diz estudo

Estimativa também aponta perda de 28 mil empregos “no cenário mais otimista”

O adiamento do novo aeroporto de Lisboa, em Portugal, representa uma perda de 7 bilhões de euros (cerca de R$ 38 bilhões) e 28 mil empregos “no cenário mais otimista”. Essas são as conclusões de um estudo realizado pela empresa de consultoria Ernst & Young para a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e divulgado no último dia 14. 

Segundo o levantamento, o tempo necessário para a conclusão da obra até a operacionalização de um novo aeroporto, além da incapacidade do Aeroporto Humberto Delgado em suprir a demanda atual de voos, implicarão em custos muito significativos durante os próximos anos, em especial no setor do turismo, mas também indiretamente em toda a economia portuguesa.

O relatório aponta ainda que a perda potencial acumulada de riqueza gerada (VAB ou valor acrescentado bruto) até 2027 pode ser de 6,8 bilhões de euros (R$ 37 bilhões), além de 27,7 mil empregos a menos anualmente e uma perda de receita fiscal estimada em 1,9 bilhões de euros (R$ 10,3 bilhões).

Ou seja, somando ao VAB não realizado e aos impostos não cobrados, o país pode perder cerca de 9 bilhões de euros (cerca de R$ 49 bilhões) até 2027, diz o estudo.

As perdas econômicas poderão atingir 0,77% do Produto Interno Bruto (PIB) e 0,95% no emprego, “neste cenário de decisão adiada e recuperação rápida”. 

Já num cenário extremo, em que a procura turística ultrapasse a registada em 2019 e em que a decisão sobre a construção do novo aeroporto na região de Lisboa continue adiada, as projeções mostram que os impactos globais acumulados no VAB deverão atingir os 21,4 bilhões de euros (R$ 116,6 bilhões), além de menos 40 mil empregos anualmente e uma receita fiscal perdida de 6 bilhões de euros (R$ 32,7 milhões).

“Este é um problema que se arrasta há muitos, muitos anos”, afirmou o presidente da CTP, Francisco Calheiros. Para ele, a importância do novo aeroporto não é só para o turismo, mas também para melhorar a infraestrutura do país. 

Francisco disse ainda que apresentou o estudo ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a representantes do governo e ao principal partido de oposição, o PSD.

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