O MSC NATASHA XIII é esperado a partir das 11h e irá atracar no Brasil Terminal Portuário. Até então, o maior navio operado no porto santista tinha sido o CMA CGM VELA, com 347 metros, em 2022. Foto: Felipe Sant'Ana/TCP
Região Sudeste
Porto de Santos recebe nesta quinta-feira o maior navio de sua história
MSC NATASHA XIII tem 366 metros e é esperado a partir das 11h
O Porto de Santos (SP) vai receber nesta quinta-feira (1), pela primeira vez em sua história, um navio de 366 metros, o maior a navegar em águas brasileiras. É o MSC NATASHA XIII, esperado a partir das 11h, com atracação agendada no Brasil Terminal Portuário, localizado na margem direita do complexo, em uma área projetada de 430 mil m². Até então, o maior navio a atracar no porto santista tinha sido o CMA CGM VELA, com 347 metros, em 2022.
A princípio, a chegada do meganavio estava marcada para esta quarta-feira (31), mas foi adiada por falta de berços de atracação no terminal, segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS).
A Praticagem de São Paulo informou que dois práticos estarão na manobra do porta-contêineres, construído em 2011, com bandeira da Libéria, capacidade para transportar até 14.432 TEUs e calado de 11,2 metros. De largura, o navio tem quase 50 metros (48,20m).
Ainda segundo o órgão, desde 2016 os práticos de São Paulo fazem treinamento para atuar neste tipo de manobra e estão preparados para a operação.
Fábio Mello Fontes, presidente da Praticagem São Paulo, afirma que Santos tem movimentação que justifica a chegada de embarcações desse porte – que geram ganhos pela tonelada transportada e pelo tempo de estadia do navio no porto entre espera, atracação, movimentação e desatracação.
“O tempo de movimentação reduz nesses navios e libera mais tempo de berço. Como a praticagem se adiantou aos desafios e treinamos bastante, estamos prontos para recebê-los. Claro que consideramos uma operação especial, o risco é maior e a margem de segurança é menor, mas vamos trabalhar com o máximo de cuidado e profissionalismo”, detalha.
Treinamento
Já homologados pela Autoridade Portuária de Santos, os navios de 366 m acompanham a evolução do mercado mundial. Bruno Tavares, vice-presidente da Praticagem, diz que, além do treinamento, foram dois anos de estudos para garantir a segurança em operações desta magnitude.
“Nós, inclusive, conversamos com comandantes e práticos que operam navios dessas dimensões. Nossos profissionais participaram de simulações em centros de treinamento em Covington, nos Estados Unidos, e em simulador, no tanque de provas numérico da Universidade de São Paulo”, disse.
Nas simulações, os práticos treinaram com navios tripulados em lagos com profundidade/calado iguais aos do canal de Santos. “É tudo proporcional à vida real, porém em escala reduzida, diferente de um simulador virtual. Você sente os efeitos hidrodinâmicos, diferentes de um simulador de manobras, que é como se fosse um videogame de última geração. Tudo é levado em conta para manobrar com tranquilidade no porto, mesclando segurança com produtividade”, acrescenta Tavares.
Além de contar com dois práticos a bordo, as manobras nesses navios sofrem limitações por conta de condições meteorológicas (ventos e correntes), necessitam de constante dragagem de manutenção e do gerenciamento do tráfego para evitar a interferência com outras embarcações. “Não podemos esquecer nenhum detalhe de segurança. Nós dependemos do trabalho de toda comunidade portuária para buscar o aprimoramento e a eficiência durante essa operação”, destaca Tavares, alertando que a praticagem usa o estofo da maré para fazer o movimento dos navios maiores buscando garantir mais segurança nas manobras.
Todas as manobras são monitorada pelo Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego (C3OT), instalado na sede da praticagem.