Em números, as vantagens esperadas são: aumento da capacidade ferroviária de granéis de 7 para 24 milhões de toneladas anuais, e redução de 16 para 5 cruzamentos da linha férrea com as vias urbanas. Divulgação/Portos do Paraná
Região Sul
BNDES aprova financiamento de R$ 495 milhões para modernização do Porto de Paranaguá
Valor será direcionado à obra que visa aumentar a capacidade ferroviária e melhorar a circulação viária do complexo
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento no valor de R$ 495 milhões para a modernização da infraestrutura logística do Porto de Paranaguá, no Paraná. O projeto será executado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) e, no total, está orçado em R$ 647 milhões.
As obras que serão feitas visam a implementação de um sistema de recepção e descarga ferroviária de grãos e farelos nos terminais destinados à exportação, incluindo a adequação do sistema rodoviário e ferroviário do porto.
Desta forma, ao eliminar ramais ferroviários individuais, a obra irá liberar áreas internas nos terminais, que poderão realizar melhorias operacionais, além de aumentar a eficiência das operações já que o tempo de permanência dos vagões e caminhões para descarga irá diminuir.
Em números, os principais impactos esperados com a operação de modernização do Porto de Paranaguá são: aumento da capacidade de recepção ferroviária de granéis de 7 para 24 milhões de toneladas anuais; melhoria na circulação viária da região portuária, com a redução de 16 para 5 cruzamentos da linha férrea com as vias urbanas; diminuição significativa no tráfego de caminhões, além da eliminação da necessidade de locomotivas e vagões realizarem manobras complexas.
Atualmente, a matriz logística da APPA sofre com uma participação de aproximadamente 80% do transporte de cargas realizado por caminhões, gerando congestionamentos e poluição na região.
Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES, destaca que, além dos benefícios logísticos e econômicos, o projeto promete trazer impactos positivos do ponto de vista ambiental e social, contribuindo para a redução da emissão de gases do efeito estufa e melhorando as condições de tráfego na região.
BNDES AZUL
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, explicou que a iniciativa está inserida no contexto do projeto BNDES Azul, que envolve o apoio a diversas frentes relacionadas à economia do mar, inclusive à infraestrutura.
“Este projeto específico tem como foco não apenas aprimorar a eficiência operacional, mas também minimizar o conflito Porto-Cidade. Espera-se que as alterações no tráfego reduzam em cerca de 70% as emissões de CO2 na região portuária”, citou Mercadante.
O BNDES conta, atualmente, com cerca de R$ 22 bilhões em carteira relacionados à economia azul. Deste total, R$ 13,6 bi são para projetos de docagem, embarcações de apoio, estaleiros e navios petroleiros.
Outros projetos, de transporte marítimo, portos, terminais e embarcações respondem por R$ 7,7 bi de apoio. Para o setor de turismo marinho e costeiro, o Banco tem em carteira R$ 296,7 mi e, para o apoio a projetos de recuperação de manguezais, são R$ 47 mi no âmbito da iniciativa Floresta Viva, em parceria com a Petrobras.