Mais de 85% dos recursos autorizados para investimentos do Ministério da Infraestrutura foram destinados ao setor rodoviário. (crédito: Divulgação/Minfra)
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CNI: Minfra já empenhou mais de 80% do orçamento
Segundo estudo realizado pela entidade, dos R$ 6,8 bilhões autorizados para investimentos, R$ 5,5 bilhões já foram utilizados
O Ministério da Infraestrutura (Minfra) já empenhou 82% do seu orçamento. Os dados, que mostram os gastos da pasta de janeiro a maio deste ano, foram publicados pelo Relatório Infraestrutura de junho da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O documento se baseou em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), principal instrumento utilizado para registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial da União.
O levantamento mostra que do montante de R$ 6,8 bilhões autorizados para os investimentos do Minfra em 2022, foram empenhados, até maio, cerca de R$ 5,5 bilhões (82% da dotação autorizada) e liquidados R$ 785 milhões.
Até maio deste ano, foram pagos do orçamento cerca de R$ 771 milhões. Já o pagamento total, incluindo os restos a pagar no período, somaram R$ 2,5 bilhões. Cerca de 86,7% (R$ 5,9 bilhões) dos recursos autorizados para investimentos foram destinados ao setor rodoviário. O restante foi dividido entre os setores ferroviário (R$ 425 milhões), aeroportuário (R$ 151 milhões), hidroviário (R$ 118 milhões) e outros (R$ 205 milhões).
Portos Selecionados e TUPs
O relatório traz ainda a movimentação total de cargas em março de Portos Selecionados e Terminais de Uso Privativo (TUPs). O total de cargas movimentadas foi de 96 milhões de toneladas, volume 10% inferior ao do mesmo mês de 2021.
Os TUPs representaram 62% da movimentação total de cargas nos portos e terminais em março. A movimentação total nos TUPs foi de 59 milhões de toneladas, volume 11% inferior ao observado no mesmo mês de 2021.
Os portos públicos movimentaram 37 milhões de toneladas, volume 8% inferior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. A quantidade de contêineres movimentados em todos os portos organizados e terminais privados do País, em março de 2022, foi de 994 mil TEU (sigla de Twenty foot Equivalent Unit, unidade de medida que equivale a um contêiner de 20 pés), volume 9% inferior ao mesmo mês do ano anterior.
Cabotagem e longo curso
A navegação de longo curso representou 68% da movimentação total de cargas em março deste ano, seguida pela navegação de cabotagem (24%), de interior (7%) e de apoio marítimo e portuário (menos de 1%).
Na navegação de cabotagem, foram movimentadas 23 milhões de toneladas, valor 6% inferior ao observado em março de 2021. Os portos privados corresponderam por 76% das cargas movimentadas, totalizando 18 milhões de toneladas em março.
Os portos públicos movimentaram 6 milhões de toneladas, 24% da movimentação total. As principais cargas movimentadas, em toneladas, foram os granéis líquidos e gasosos (15,4 milhões), seguidos pelos granéis sólidos (3,8 milhões), pelas cargas conteinerizadas (3,3 milhões) e pela carga geral (0,9 milhão).
Ferrovias e rodovias
A movimentação de mercadorias nas ferrovias em março deste ano foi de 38 milhões de toneladas úteis, valor 3% inferior ao observado no mesmo mês de 2021. A movimentação de farelo de soja foi a que apresentou maior crescimento (45%). O minério de ferro correspondeu a 69% do total movimentado em março.
Já a movimentação em rodovias federais e estaduais pedagiadas foi de 137 milhões de veículos, valor 17% superior ao verificado no mesmo mês do ano anterior. Os veículos leves representaram 69% da movimentação total, seguido pelos veículos pesados (27%) e motos (2%). O tráfego isento em rodovias pedagiadas somou 4 milhões de veículos, o que representa 3% do total.
Queda nos investimentos
Outro estudo publicado pela CNI aponta que os investimentos do Brasil em infraestrutura têm registrado queda nos últimos anos. O País investiu 1,57% do PIB em infraestrutura em 2021, o menor percentual dos 11 anos da série histórica.
Para elevar a qualidade da infraestrutura brasileira, são necessários investimentos anuais na ordem de R$ 344 bilhões, mas hoje o Brasil investe apenas R$ 135 bilhões. Segundo a CNI, esses valores representam 4% do PIB e seria crucial para eliminar gargalos na prestação dos serviços até 2046.