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Para que as obras da Ponte Bioceânica no lado brasileiro sejam retomadas, a Receita Federal exige a documentação fiscal dos materiais que teriam sido importados do Paraguai (Foto: Divulgação/Receita Federal)

Região Centro-Oeste

Autoridades do MS esperam por retomada das obras da Ponte Bioceânica

Atualizado em: 15 de fevereiro de 2024 às 9:31
Alexandre Fernandes Enviar e-mail para o Autor

Serviços estão parados após operação da Receita Federal que apura contrabando na construção

A construção da Rota Bioceânica, a megaestrada que ligará os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por quatro países da América do Sul, está travada. O motivo é a ponte ligando o estado de Mato Grosso do Sul ao Paraguai, cujas obras estão paralisadas do lado brasileiro devido a uma pendência com a Receita Federal. A situação incomoda autoridades sul-mato-grossenses, que esperam pela pronta retomada dos serviços.

No dia 13 de dezembro do ano passado, a Receita deflagrou uma operação que apura a possível utilização de insumos adquiridos por meio de contrabando e descaminho na construção da Ponte Bioceânica, que irá conectar o município de Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta, no Paraguai.

As investigações preliminares indicaram a possível estocagem e utilização desses insumos sem comprovação da aquisição no mercado interno ou sua regular importação, conforme a legislação brasileira.

Para que as obras da ponte no lado brasileiro sejam retomadas, a Receita Federal exige a documentação fiscal dos materiais que teriam sido importados do Paraguai.

No início deste mês, o deputado estadual e ex-governador do MS Zeca do PT propôs na Assembleia Legislativa (Alems) a realização de uma audiência pública para debater a paralisação das obras da ponte, que passará por sobre o Rio Paraguai.

Zeca, que nasceu em Porto Murtinho, é o coordenador da Frente Parlamentar de Acompanhamento da Implantação da Rota Bioceânica. No requerimento que encaminhou à Mesa Diretora da Alems, ele sugere a convocação da Receita, do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e de órgãos do Governo do Estado para a audiência pública.

“Estamos muito preocupados com a interrupção da construção dessa ponte sobre o Rio Paraguai, pois, sem ela, não existe Rota Bioceânica”, declarou o deputado.

Já o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB), se mostra confiante e acredita que os serviços sejam retomados em breve. “Estão arrumando os documentos. Dentro de poucos dias tudo se reorganiza”, disse ele, em meio a declarações reproduzidas pelo portal Campo Grande News.

Ainda segundo o prefeito, se as obras forem concluídas primeiro no lado paraguaio, os serviços em Porto Murtinho receberão o reforço dos trabalhadores do país vizinho.

No dia 24 de janeiro, o Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai informou que 43,6% das obras da ponte estavam concluídas.

A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário que terá a função de ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico, passando por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

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