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Segundo Tokarski, a movimentação de minério de ferro no Rio Paraguai deve chegar a 12 milhões de toneladas com os investimentos previstos para os portos daquela região (Foto: Grupo Brasil Export)

Centro-Oeste Export

Falta de infraestrutura prejudica movimentação de cargas no Rio Paraguai

16 de fevereiro de 2024 às 10:21
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Presidente do Conselho do Mato Grosso Export falou sobre a situação da hidrovia durante live

Mesmo com um crescimento de 72,84% na movimentação de cargas nos portos de Mato Grosso do Sul, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), os navios que saem desses cais estão operando somente com 40% de carga no Rio Paraguai por falta de uma maior infraestrutura, principalmente de dragagem, de acordo com o presidente do Conselho do Mato Grosso Export, Adalberto Tokarski.

Ele deu essa declaração na quinta-feira, dia 15, durante uma live promovida pelo Conselho. O encontro foi mediado pelo diretor-executivo do Brasil Export, José Vitor Mamede, e teve a participação do presidente do Conselho do Centro-Oeste Export, Edeon Vaz Ferreira, e do ministro de carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro. A live teve transmissão do canal da TV BE News no Youtube (www.youtube.com/@tv_benews). O conteúdo está disponível na plataforma.

Segundo Tokarski, o Rio Paraguai “não é mais um patinho feio que não transporta carga” e a movimentação de minério de ferro deve chegar a 12 milhões de toneladas com os investimentos previstos para os portos daquela região para os próximos anos. Na visão de Tokarski, a disposição do Ministério de Portos e Aeroportos de fazer a concessão do trecho e ampliar as hidrovias através de parcerias-público privadas, além da criação de uma Secretaria Nacional de Desenvolvimento Hidroviário, mostra que o Governo está dando mais atenção a este modal.

Atualmente, a participação da navegação interior na matriz brasileira é de 5%.

“Este é um momento único de atenção à questão hidroviária brasileira”, destacou ele. Conforme já noticiado pelo BE News, o Ministério de Portos e Aeroportos diz que pretende fazer pelo menos cinco hidrovias nos próximos três anos.

Os portos de Mato Grosso do Sul tiveram crescimento de 72,84% na movimentação de cargas em 2023 na comparação com 2022. A maior parte das cargas é de minérios de ferro, que correspondem a 6 milhões de toneladas movimentadas. Os grãos, que representam a segunda carga mais movida, tiveram 1,6 milhões de cargas movimentadas no ano passado.

“Dragagem, sinalização e balizamento. Estes são os pontos mais urgentes no Rio Paraguai, porque o trecho de Ladário até a foz do Rio Apa está há cinco anos sem dragagem”, diz Tokarski.

Mudanças climáticas

Na opinião de João Carlos Parkinson de Castro, há uma perspectiva de aumento expressivo no volume de cargas movimentadas nas hidrovias brasileiras. “Consequentemente, isso leva a hidrovia a entrar na agenda de transportes nacional com maior destaque”, afirma.

Ele destacou, porém, que as mudanças climáticas e o comportamento da navegabilidade em função de secas vai dificultar o escoamento de cargas em volumes mais altos, o que levará à redução do uso das carcaças e aumento nos custos de transporte.

“São dois cenários que precisamos trabalhar, mas ao que tudo indica de fato haverá uma movimentação expressiva de cargas na hidrovia do Rio Paraguai”, diz.

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TAGS centro-oeste hidrovia Infraestrutura Rio Paraguai Transporte de Cargas