O navio Forte de São Felipe, que pertence à empresa Elcano SA, tinha saído do Pará com bauxita e encalhou no canal que dá acesso ao terminal da Alumar, em São Luís (Foto: Divulgação)
Região Nordeste
Navio consegue desencalhar no Maranhão após cinco dias
Armador da embarcação contratou uma empresa de salvatagem que coordenou a operação
Após cinco dias encalhado, o navio Forte de São Felipe já está navegando e apto para começar o desembarque das cerca de 22 mil toneladas de bauxita. A embarcação encalhou em um banco de areia no canal do Estreito dos Coqueiros, que dá acesso ao Terminal Privado do Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), em São Luís, no último sábado, dia 17.
A operação foi realizada às 18 horas de quinta-feira (22), graças a uma maré de 5,7 metros, segundo a Capitania dos Portos do Maranhão. O órgão também informou que o armador do navio contratou uma empresa de salvatagem que fez todos os cálculos e coordenou a operação.
Na quinta-feira foi apresentado um plano para desencalhe do navio que já previa essa maré alta e o uso de três rebocadores. Até o fechamento desta reportagem, no entanto, a Capitania não havia confirmado o recebimento deste documento.
No entanto, o BE News apurou que o plano de salvamento foi utilizado para fazer o desencalhe do Forte de São Felipe. Ele previa três rebocadores para remover a embarcação no sentido contrário do encalhe, além das máquinas do próprio navio.
Histórico
O Forte de São Felipe, que pertence à empresa Elcano SA, tinha vindo do Pará carregado, no total, com 58 mil toneladas de bauxita. O desembarque da carga ocorreu normalmente no sábado, até que um guindaste do porto da Alumar apresentou problemas e a operação foi paralisada.
Em seguida, a tripulação recebeu a informação de que seria necessária uma manobra chamada “troca de bordo”, para que o procedimento de descarga continuasse do outro lado da embarcação.
Durante a manobra, porém, o navio acabou atolando devido à maré baixa, numa região com muitas rochas e bancos de areia.
A Capitania dos Portos do Maranhão foi acionada, enviou uma equipe ao local e seis rebocadores foram mobilizados para desencalhar o navio, mas a tentativa não deu certo e a operação foi paralisada. Foram feitas outras duas tentativas de reflutuação no domingo, uma durante a madrugada e outra por volta das 14h, que também falharam.
Investigação
A Capitania informou em nota que um inquérito administrativo será instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido.
A Praticagem do Brasil ressaltou que a análise de incidentes na navegação é complexa e se processa com base na legislação, “sendo prematuro qualquer juízo de valor sobre a responsabilidade do ocorrido antes da conclusão do inquérito pela Capitania dos Portos e do posterior julgamento pelo Tribunal Marítimo”.
Já a Marinha garantiu que não há indícios de danos estruturais ou vazamento de resíduos poluentes e os tripulantes passam bem.
Em nota, a Alumar disse que não há danos ambientais.