BNDES reduz remuneração para operações de exportação em até 60%

Medida que entrou em vigor na quinta-feira prevê que a redução seja limitada a R$ 150 milhões por operação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) implementou uma redução de até 60% em sua remuneração (spread) para operações da linha BNDES Exim Pré-embarque destinadas a exportações. Esta medida passou a vigorar a partir da última quinta-feira (22).

A redução no spread está limitada a R$ 150 milhões por operação. A menor taxa será para os produtos eficientes, que são geradores de energia limpa e equipamentos de baixo consumo. Para a exportação de máquinas eficientes, a remuneração cobrada pelo BNDES nas operações será de 0,50% ao ano até o limite de R$ 150 milhões, e de 0,90% ao ano no que exceder esse valor.

Para os demais bens, a remuneração do banco será de 0,60% (no caso de máquinas 4.0 e bens de baixa emissão de carbono ou mobilidade em baixo carbono) e de 0,80% para demais produtos, também limitada ao valor de R$ 150 milhões por operação. Acima desse valor, o spread é de 1,30% ao ano.

A remuneração do BNDES (spread) é um dos componentes da taxa de juros dos financiamentos, que se soma ao custo financeiro da operação e, no caso de operações indiretas, às taxas dos agentes financeiros.

Em 2023, o banco realizou a mesma operação de redução nas taxas na sua linha de apoio à exportação na modalidade pré-embarque.

O BNDES Exim Pré-embarque é um produto criado para apoiar empresas brasileiras na produção de bens destinados à exportação. Os recursos são recebidos pelo cliente no Brasil, vinculados ao compromisso de comprovar a exportação dos produtos posteriormente. A amortização do financiamento é feita diretamente com o agente financeiro repassador ou com o próprio banco.

Em 2023, toda a linha BNDES Exim Pré-embarque alcançou R$ 4,5 bilhões. Foram 55 operações aprovadas contra 35 operações nos quatro anos anteriores, 2019 a 2022. Já os desembolsos somaram R$ 5,9 bilhões no ano, valor 79% superior ao total realizado nos quatro anos anteriores.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Produto, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, a retomada das operações de financiamento pelo banco atende os objetivos do Plano Mais Produção. “(A intenção é) promover o fortalecimento da indústria brasileira, tornando-a competitiva no mercado internacional e contribuindo para a geração de empregos no Brasil”, diz.

Aumento em aportes

O BNDES encerrou 2023 com R$ 13,5 bilhões em operações aprovadas de apoio à exportação, um aumento de 176% em relação a 2022. Os desembolsos somaram R$ 8,7 bilhões, registrando crescimento de 168% na comparação com o ano anterior.

Na linha BNDES Exim Pré-embarque, o valor aprovado em 2023 alcançou R$ 4,5 bilhões. Foram 55 operações aprovadas em 2023 contra 35 operações nos quatro anos anteriores, 2019 a 2022, somados. No ano foram desembolsados R$ 5,9 bilhões, valor 79% superior ao total realizado nos quatro anos anteriores, que foi de R$ 3,3 bilhões.

Já na modalidade pós-embarque, que financia a exportação de bens fabricados no Brasil, foram R$ 8,8 bilhões aprovados em 2023; foram desembolsados R$ 2,5 bilhões no mesmo período, segundo o banco.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que esta é uma forma do banco voltar a apoiar de forma estruturada as exportações das empresas brasileiras, permitindo que produtos os mais variados cheguem ao mercado internacional em condições competitivas. “Ampliar o comércio exterior brasileiro, sobretudo de itens de maior valor agregado, é uma prioridade da nova política industrial do Governo e um passo fundamental para o desenvolvimento das empresas brasileiras”, diz.